Rollemberg critica plano urbanístico proposto pelo governo do DF
Em discurso nesta segunda-feira (4), o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) criticou o governo do Distrito Federal por elaborar o Plano de Preservação do Conjunto Urbanístico de Brasília (PPCUB) sem participação da sociedade. O senador lamentou que o governo já tenha enviado a proposta à Câmara Distrital e esteja apressando a votação da matéria.
O senador afirmou que o plano do governo de Agnelo Queiroz (PT) deverá provocar um fortíssimo adensamento urbano dentro da área tombada, em Brasília, e também muito próximo a esse sítio tombado. Para Rollemberg, fica a impressão de que o Governo do Distrito Federal (GDF) e o governador Agnelo Queiroz estão se submetendo às pressões e aos interesses da especulação imobiliária.
- Adensamento [urbano], por exemplo, na área do parque ferroviário e do Setor Militar Complementar, próximo à Rodoferroviária, onde há a previsão da construção de mais uma cidade, de mais um núcleo urbano, com prédios de até 27 metros de altura - criticou, lembrando que especialistas que estudaram o plano de preservação apresentado pelo governo afirmam que o documento é mal elaborado e prevê “centenas de intervenções” na área tombada pela Unesco como Patrimônio Mundial.
Rollemberg salientou que várias entidades já demonstraram a mesma preocupação por ele apontada, entre elas o Instituto dos Arquitetos de Brasília, o movimento Urbanistas por Brasília e o Conselho de Preservação de Brasília.
Desenvolvimento
Mas as críticas do senador não se limitaram ao chamado PPCUB. Outros planos do governo do DF também são vistos com preocupação. Como exemplo da falta de interesse do governo do Distrito Federal em ouvir a sociedade, Rollemberg voltou a lamentar a contratação, “sem consulta pública, sem nenhuma transparência”, de uma empresa de Cingapura, a Jurong, para fazer o plano de desenvolvimento do Distrito Federal pelos próximos 50 anos.
- Demonstrando claramente que o governo se sente incapacitado de fazê-lo com a inteligência que temos em Brasília, com a participação da comunidade científica, do setor produtivo, da sociedade civil, de Brasília e do Brasil, e até buscando contribuições internacionais, mas de forma clara, transparente, cristalina e de forma participativa – afirmou.
Rollember criticou também o plano de Agnelo de construir de uma nova cidade, no Entorno de Brasília, com 900 mil habitantes.
- Vejam a gravidade disso. Nós estamos falando do Distrito Federal, que tem uma população de 2,4 milhões de habitantes. E agora o GDF fala também, sem nenhuma transparência, na possibilidade de uma cidade com 900 mil habitantes próxima à DF-140 – disse.
04/11/2013
Agência Senado
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