GLOBALIZAÇÃO NÃO GERA DESEMPREGO, DIZ AMADEO
A modernização do sistema produtivo não significa, necessariamente, mais desemprego. Se a globalização da economia trouxe desemprego elevado para países como a Espanha, França e Alemanha, isso não é verdade para os Estados Unidos, Inglaterra e Chile, que registram índices muito baixos de desemprego. Num primeiro momento, a automatização desemprega,mas num prazo mais longo, a renda gerada por uma maior eficiência, acaba criando condições para que se tenha mais empregos na área de serviços, de modo a compensar o que se perdeu em matéria de emprego num primeiro momento.
A tese é do ministro do Trabalho, Edward Amadeo, defendida durante uma entrevista concedida à TV Senado. Para o ministro, a taxa de desemprego vivida hoje pelo Brasil, de 8,2% deveu-se, em grande parte, à crise asiática, que obrigou o governo a adotar uma série de medidas econômicas restritivas, incluindo-se aí a elevação das taxas de juros. Esse gesto necessário do governo, para garantir a estabilidade da moeda, - explicou - acabou sinalizando, para toda a classe empresarial, que o momento era de desaquecer a produção, o que foi feito.
Passados os efeitos da crise asiática, contudo, segundo o ministro do Trabalho, há uma clara tendência de que o Brasil retorne aos níveis de desemprego verificados antes daquela crise, de algo entre 4,5 e 5%.
O ministro aconselhou os 1,5 milhão de jovens que chegam todo ano ao mercado de trabalho do Brasil, à procura do seu primeiro emprego, a investirem mais em si mesmos, na qualificação profissional. Para Amadeo, a educação é que abre as portas do primeiro emprego para o jovem.
A entrevista concedida pelo ministro do Trabalho à TV Senado, contou ainda com a participação do jornalista Ribamar Oliveira do jornal O Estado de S. Paulo, e irá ao ar na próxima quarta-feira às 8 da manhã e às 13:30 horas.
03/08/1998
Agência Senado
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