Governador assina protocolo sobre trem bala SP-RJ



Documento prevê cooperação dos dois Estados no estudo de implantação da ligação ferroviária

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Atualizado às 14h00

O governador José Serra assinou no início da tarde desta quinta-feira, 30, um protocolo entre São Paulo e Rio de Janeiro para estudar a viabilidade para implantação de um trem de alta velocidade entre as capitais dos dois Estados. O documento foi assinado em cerimônia no Salão dos Despachos, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, participou do evento e também assinou o termo.

“Hoje, com as perspectivas da tecnologia mais a densidade econômica e demográfica há de haver um projeto que permita a construção desta linha e que tenha viabilidade econômico-financeira, inclusive para o setor privado”, disse José Serra. O governador citou o desenvolvimento econômico e populacional dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro para concluir que o trem “é uma fatalidade histórica” e que “ele vai acontecer um dia”.

As questões básicas, segundo Serra, são o volume da demanda de passageiros e se haverá paradas intermediárias ao longo do percurso. Em caso positivo, o trem seria “meio bala”, comentou o governador com relação à diminuição da velocidade. “Tudo isso precisa ser convenientemente analisado”, enfatizou.

“É um começo importante”, resumiu Serra. Segundo ele, um projeto italiano para o trem bala SP-RJ teria valor aproximado de R$ 18 bilhões. De acordo com o governador do Rio, Sergio Cabral, a obra começaria a dar retorno financeiro em cinco ou seis anos.

Documento

O protocolo de intenções prevê a criação de um grupo de estudos composto por técnicos da Secretaria de Transportes do Rio de Janeiro e da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo. O grupo terá como atribuições sugerir às autoridades federais, por meio de bases técnicas, a adequação de tarifas e avaliar a concepção funcional, logística, tecnológica e econômico-financeira do empreendimento.

Com o trem de alta velocidade, passageiros poderão sair do centro de uma cidade e chegar ao centro da outra em um curto período de tempo. Seriam gastos cerca de uma hora e trinta minutos para percorrer o trecho. Todos os detalhes, como preço da passagem, tempo de percurso, quantidade de passageiros e valor da obra serão respondidos pelo estudo. Também falta definir de onde os trens sairão em cada cidade.

Se o tempo da viagem de avião entre as duas capitais for levado em conta, cerca de 50 minutos, investir num trem poderia ser visto como uma obra sem sentido. Mas Serra atentou para o fato de que os passageiros aéreos esperam muito tempo antes de embarcar nas aeronaves. “O tempo no aeroporto é muito maior do que numa estação de trem, onde você chega cinco minutos antes”, observou Serra.

O evento contou com a participação do Secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella e do Secretário Estadual da Economia e Planejamento, Francisco Vidal Luna.

Manoel Schlindwein



08/30/2007


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