Governo deve anunciar medidas inovadoras para exportações



Em resposta ao senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), durante audiência pública promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, anunciou nesta terça-feira (1) que o governo federal vai -trazer surpresas extraordinárias- no campo das exportações, das quais o país -nunca teve notícias-.

Furlan fez o comentário a partir da afirmação de Virgílio de que o superávit da balança comercial até o final de março, de cerca de US$ 3,6 bilhões, vem do governo passado, fruto de acordos e contratos assinados no governo anterior. O senador acredita que somente a partir de maio o novo governo estará mostrando seus resultados.

O ministro afirmou que o superávit não é inercial do governo anterior, mas teve a influência da grande safra, ajudada pelas chuvas, e pela valorização do dólar frente ao real. Para que sejam obtidos os resultados, Furlan disse que trabalha com técnicos competentes e honestos do governo anterior.

- O senhor vai se surpreender positivamente. Estamos movimentando uma máquina pequena, que, apesar de ter metade do orçamento do Sebrae, conta com gente altamente capacitada, motivada e com mobilidade - afirmou o ministro, anunciando que os resultados a serem atingidos terão a paternidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Suframa

Arthur Virgílio também apelou ao ministro para a necessidade de compreensão da importância da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e pediu que o ministério busque mecanismos para salvaguardá-la na Área de Livre Comércio das Américas (Alca).

- Temos que ter a concepção de que não há nada mais nacional e estratégico que olharmos com respeito para a Amazônia e a Suframa, que já chegou a ter um faturamento de US$ 13 bilhões. Precisamos liberar processos produtivos para gerar empregos na região - disse Virgílio, que parabenizou Furlan pelo processo de despolitização do pólo.

O ministro se revelou -um fã do pólo industrial de Manaus- e disse que irá trabalhar para equilibrar a sua balança comercial até 2005, por meio da diversificação e da agregação de valor da produção. Ele citou que a biotecnologia pode ser um bom filão para o pólo, a partir de produtos únicos no Brasil, como cremes cosméticos.

Furlan comentou ainda que houve um atraso intencional nas nomeações de técnicos para a Suframa. Diante do incômodo manifestado por Virgílio pela falta da nomeação de um nome permanente para o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), o ministro explicou que o secretário de Tecnologia Industrial do ministério, Roberto Jaguaribe, trabalha na reestruturação do órgão, que conta com técnicos interinos até que seja definida a nova forma de trabalho do INPI.

O senador também reclamou da paralisia do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que, segundo ele, teve as estruturas desmontadas. Assim, continuou o senador, a instituição não poderá ser um instrumento do resgate das dívidas sociais pregado pelo governo. Em resposta, Furlan disse que o BNDES passa por um processo de transformação e que, ainda assim, já podem ser observados resultados positivos, como o aumento de 16% nos financiamentos às pequenas empresas. O ministro também garantiu que o BNDES não será um formulador de política industrial, mas apenas um executor, em sintonia com o ministério. Nesse ponto, o ministro recebeu elogios de Arthur Virgílio.



01/04/2003

Agência Senado


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