Governo lança campanha de redução de consumo para afastar risco de racionamento de energia



Na tentativa de afastar o risco de racionamento de energia elétrica, o governo federal lançou, no último domingo, uma campanha publicitária para redução do consumo no país. A população está sendo convocada a economizar energia reduzindo o uso de ar-condicionado, enquanto os consumidores de baixa renda vão receber lâmpadas mais econômicas e os prédios públicos devem ter a iluminação desligada após o expediente.

Segundo o presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Mario Abdo, as medidas propostas devem proporcionar uma contenção de 16 mil megawatts na demanda e elevar a oferta de energia em 11 mil megawatts. A expectativa do governo é obter uma economia total de 10%, mas se a meta não for alcançada até o final de maio, o racionamento será inevitável, como admite o ministro de Minas e Energia, José Jorge.

Paralelamente às iniciativas de racionalização do uso de eletricidade, o governo pretende acelerar as obras no setor energético, com vistas a ampliar a oferta em 5%. O próprio presidente Fernando Henrique Cardoso já anunciou o início da construção de três usinas termoelétricas entre Rio de Janeiro e São Paulo. Os planos nessa área também se voltam para o aumento da capacidade de geração de usinas térmicas e hidrelétricas, principalmente de Itaipu, Ilha Solteira e Sobradinho, e para a importação de 400 megawatts da Argentina em julho próximo.

Quanto ao impasse em torno da privatização de Furnas, José Jorge adiantou que o modelo a ser aplicado na hidrelétrica garante à União o poder de veto sobre decisões da empresa, mesmo após sua venda, consideradas contrárias ao interesse nacional. Já em relação à desestatização da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), o ex-presidente da Eletrobrás, Firmino Sampaio Neto, adverte para os riscos da operação, pelo fato de o Rio São Francisco ser a única fonte de água perene do Nordeste. Nesse caso, ele considera melhor ter uma empresa pública como gestora de recursos hídricos.

16/04/2001

Agência Senado


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