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Ricardo Moesch salientou que o turismo pode resolver o problema do baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) na região. No entanto, alertou, há risco de exclusão social se o Plano não contemplar a educação e a qualificação das pessoas, para que os benefícios gerados pelo turismo não fiquem apenas com os empresários do setor. A secretária-adjunta do Turismo do Maranhão, Maria do Socorro Araújo, também defendeu um plano para o desenvolvimento do turismo que envolva a população e, assim, permita que os municípios também sejam beneficiados.

Moesch acrescentou que metade da mão de obra na área de turismo na região Nordeste é informal. Em sua opinião, a formalização dos empregos pode contribuir para o desenvolvimento das comunidades onde são instalados os grandes empreendimentos turísticos. Um grande resort, exemplificou, pode oferecer cerca de quatro mil empregos.

Questões sanitárias, como o tratamento de água e de esgoto, também foram lembradas por Moesch como imprescindíveis ao desenvolvimento do setor turístico brasileiro. Ele destacou ainda o incremento da aviação regional, bem como das rodovias e a instalação de marinas como importantes para estimular o setor, temas levantados pelo Secretário de Turismo do Piauí, Silvio Leite. O secretário pediu a inclusão da regulamentação da aviação regional no Plano e informou que as empresas já estão em condições de operar.

Prefeitos

Participantes da audiência, prefeitos do Maranhão e do Ceará lamentaram a ausência de parlamentares de seus estados no debate. A prefeita de Araioses (MA), Luciana Marão Felix, destacou a presença de todos os senadores do Piauí para defender os interesses daquele estado.

O prefeito de Tianguá (CE), Luiz Menezes, atribuiu à falta de credibilidade dos políticos a dificuldade de implementação de planos de desenvolvimento para o Nordeste. Ele criticou centralização das receitas e a municipalização de muitas responsabilidades sem o aporte de recursos para viabilizá-las. Disse sentir vergonha "porque os políticos não têm interesse em combater a miséria".

- Enquanto o Brasil for concentrador de tudo, educação, cultura, recursos, investimentos, os municípios se encontrarão em estado de miséria. [O do Nordeste] é o menor IDH, é a menor renda per capita, menor tudo, só não é menor a desgraça - disse o prefeito.

Iara Farias Borges / Agência Senado

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