Governo trabalha para regulamentar mercado de etanol, diz Mantega



O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira (3), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que o governo está trabalhando para regulamentar o mercado de etanol, que deverá ser regido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). O governo passará a fazer mais exigências aos produtores, pois o etanol é considerado combustível.

O ministro fez a declaração ao apresentar as perspectivas para a economia brasileira para 2011. Ele reafirmou que o aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é explicado pelo aumento das commodities e por questões sazonais, especialmente no início do ano, com o excesso de chuvas em janeiro, o que elava o preço dos hortifrutigranjeiros. Outros fatores que acarretaram o aumento do IPCA foram a elevação das tarifas dos preços de ônibus e das mensalidades escolares.

O ministro considerou, entretanto, que os vilões da inflação são os itens alimentos e combustíveis. “Se nós olhássemos para o núcleo da inflação, o índice seria menor”, disse. Retirando esses itens, a inflação seria de 4,76% em 12 meses, segundo Mantega.

“A inflação é uma questão fundamental. Vamos ficar sempre alertas para impedir que ela volte. Temos focos internos especialmente não setor de serviços. Vamos zelar para impedir o contágio da inflação de commodities no Brasil”, completou.

Mantega disse ainda aos senadores que participam da audiência pública na CAE que o governo está utilizado todas as armas possíveis para impedir que haja reindexação da economia. “A inflação do passado não será colocada adiante”, destacou.

Entre os mecanismos que o governo utilizará para controlar a inflação está o estímulo ao aumento da oferta de produtos agrícolas, corte na despesa pública, medidas para conter a expansão do crédito e a pressão no consumo, diminuição da liquidez de crédito no mercado, elevação do custo do crédito para o consumidor (aumento do IOF de 1,5% para 3%) e taxação de 6% do IOF para empréstimos externos com menos de 720 dias, que visa evitar o aumento de fluxo de capital externo com fins especulativos.

“Isso não quer dizer que queremos reduzir a oferta de crédito, mas que ele cresça menos”, dos atuais 20% para 15%”. Com essas medidas, afirmou o ministro, o governo espera atingir o crescimento sustentável da economia, com o Produto Interno Bruno (PIB) crescendo 4,5% em 2011 contra 7,5% em 2010.

Além disso, o governo espera moderar o crescimento da demanda que deve cair de 10% em 2010 para 6% este ano. “Nós não queremos matar a demanda, porque ela é privilégio. Queremos amenizá-la de modo que seja compatível com o crescimento de 4,5%”. O importante, conforme o ministro, é que a consolidação fiscal não prejudique o investimento e não derreta a economia. “Queremos reduzir a demanda de crédito e manter o investimento, que esse ano deve ser de 10%, ou seja, maior que o consumo e o PIB”.

 

Fonte:
Ministério da Fazenda



03/05/2011 16:30


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