Grupo de senadores anuncia reação contrária à permanência de Renan na Presidência



Pressão pela votação dos projetos que acabam com a sessão e a votação secretas em caso de julgamento para perda de mandato e não participação em reuniões de líderes presididas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Essas foram algumas das medidas anunciadas por parlamentares integrantes do DEM, PSDB, PMDB, PSB, PSOL e PDT, após reunião realizada nesta quinta-feira (13), para "deixar clara a insatisfação" com a absolvição de Calheiros e com sua permanência na Presidência da Casa.

- Estas são medidas concretas que pretendemos tomar a partir da semana que vem - anunciou o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).

Na reunião, foi definido também que osparlamentares vão exigir a indicação urgente dos relatores para as outras representações contra Renan Calheiros no Conselho de Ética.

- Não participaremos de reunião de líderes sob a presidência de Renan pois ele não poder presidir o Senado enquanto o destino dos processos não for definido pelo voto - anunciou o líder do DEM, senador José Agripino (RN).

Os senadores devem apresentar ainda projeto de resolução estabelecendo o afastamento automático da presidência das comissões e da Mesa de senadores investigados pelo Conselho de Ética; e praticarão a chamada "pauta seletiva", definindo as matérias a serem votadas em Plenário.

- Não votaremos propostas que não sejam entendidas como de interesse nacional ou coletivo - afirmou Agripino.

Nesse caso, acrescentou, estão incluídos projetos como pedidos de crédito extraordinário para ministérios e a proposta de emenda à Constituição que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em tramitação na Câmara, e que deve chegar este mês ao Senado.

"Saída imperiosa"

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), frisou que a saída de Renan Calheiros da Presidência é "imperiosa", já que não há como conviver com a absolvição do senador, "fingindo que nada aconteceu" e que todos têm "uma vida nova para começar".

- O Senado está desmoralizado, a legislatura está ferida de morte, comprometida, e não se consegue a moralização conciliando com quem causou esta situação - declarou.

Processos

Existem dois processos abertos no Conselho de Ética contra o senador Renan Calheiros: o que apura a denúncia de que ele teria atuado em prol da Schincariol, relatado pelo senador João Pedro (PT-AM); e o que apura a denúncia de que teria comprado veículos de comunicação em Alagoas em nome de terceiros. Uma outra representação foi protocolada pelo PSOL, mas ainda não foi analisada pela Mesa, pedindo investigação sobre a participação do senador em um esquema de desvio de dinheiro em ministérios chefiados pelo PMDB, conforme denunciou o advogado Bruno de Miranda Lins.



13/09/2007

Agência Senado


Artigos Relacionados


Agripino anuncia obstrução às votações em protesto contra permanência de Renan na presidência

Tasso anuncia que senadores pedirão já saída de Renan da Presidência da Casa

Renan anuncia licenciamento da Presidência do Senado

Grupo entrega petição contra Renan a senadores

Senadores pedem que Renan se licencie da Presidência do Senado

Senadores elogiam atuação de Renan Calheiros à frente da Presidência do Senado