Grupo de trabalho atenderá famílias das vítimas do vôo 447 da Air France



Um grupo de trabalho será constituído para tratar com as famílias das vítimas do vôo 447 da Air France as questões relativas ao acidente ocorrido em 1º de julho, que deixou 228 mortos.A sugestão foi apresentada pelo senador Paulo Paim (PT-RS), nesta terça-feira (29), e aprovada pelos participantes da audiência pública realizada na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) para discutir o assunto.

O grupo, ressaltou Paim, vai fortalecer o diálogo e facilitar possível o entendimento entre os parentes das vítimas e a companhia aérea. O senador enfatizou que todos os envolvidos estão interessados em encontrar a melhor solução para os problemas.

A diretora-geral para o Brasil da Societé Air France, Isabelle Birem, disse que a companhia está obrigada a prestar toda assistência necessária às famílias das vítimas. Ela acrescentou que há o compromisso da Air France em esclarecer as causas do acidente e garantiu que a busca por informações é feita de forma transparente e com total cooperação entre as autoridades francesas e brasileiras.

Isabelle Birem informou que a empresa já pagou um adiantamento de 17.600 euros a cada família das vítimas, para que possam enfrentar as dificuldades financeiras até a liberação da indenização. Ela disse que são 2100 parentes cadastrados, dos quais 770 são da França, 410 do Brasil, 170 da Alemanha e 750 de outros países.

Já o diretor Executivo da Associação dos Familiares das Vítimas do Vôo 447, Maarten Van Sluys, afirmou que muitas famílias, incluída a dele, não recebem informações, o que significa que não constam de tal cadastramento. Ele contestou também a afirmação do subsecretário-Geral das Comunidades Brasileiras no Exterior, Oto Agripino Maia, de que todas as famílias recebem comunicado sobre o andamento das questões relacionadas ao acidente. Van Sluys afirmou que não recebeu nenhuma das oito correspondências citadas pelo diplomata e sugeriu que as informações sejam checadas.

O representante dos parentes das vítimas do acidente da Air France ressaltou ainda que os familiares não estão interessados na homenagem ecumênica ou na construção de memorial no Rio de Janeiro, conforme anunciou a representante da Air France. Em sua avaliação, as pessoas precisam de ajuda mais efetiva, como atendimento médico e psicológico e a liberação de documento de morte presumida às famílias de vítimas cujos corpos não foram identificados. Ele ainda pediu rigoroso controle de segurança de todos os vôos para evitar acidentes.

O Ministério de Relações Exteriores, enfatizou Oto Agripino Maia, tem atuado como facilitador no processo de entendimento entre a Air France e as famílias das vítimas. Também o ministro conselheiro da embaixada da França no Brasil, Xavier Lapeyre de Cabanes, afirmou que a obrigação do Estado francês é manter as famílias informadas e ajudá-las em suas necessidades de forma ágil.

Apesar de reconhecer o esforço da Air France para resolver demandas das famílias, o presidente da associação das vítimas do vôo 447, Nelson Faria Marinho, afirmou que ainda há muitas falhas que prejudicam as pessoas. Como exemplo ele citou o limite de dez sessões psicológicas permitidas pela empresa de seguro Axa Seguros, uma vez que o tratamento pode exigir mais tempo. A solicitação da ampliação de tal prazo, prometeu o representante da seguradora, Julio Cesar da Cruz Costa, será levada à discussão na empresa. Na opinião do senador Paulo Paim, o pedido de mais tempo de atendimento psicológico é procedente.



29/09/2009

Agência Senado


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