Guia ajudará empresas no enfrentamento ao racismo e a desigualdade de gênero



Documento foi elaborado por um grupo de trabalho formado por especialistas de organizações feministas e do movimento negro, do governo federal e da Organização das Nações Unidas (ONU)

 

O combate ao racismo institucional é meta do governo brasileiro. A questão agora poderá ser combatida com a ajuda do Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucional e Desigualdade de Gênero, lançado nessa quinta-feira (9) pelas secretarias de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e de Políticas para as Mulheres (SPM).

Segundo especialistas de organizações feministas – responsáveis pela elaboração do material – na prática, além de informações sobre o racismo institucional, o documento traz uma série de perguntas e instruções para que as intuições públicas sejam capazes de identificar problemas relacionados a esse comportamento.

Segundo a ministra da SPM, Eleonora Menicucci, um dos exemplos mais claros de racismo institucional está na saúde das mulheres. “Se você tem duas mulheres em processo de parto, é costumeiro que a mulher branca seja atendida primeiro que a negra. Isso é uma forma de racismo institucional”, explicou.

Menicucci se comprometeu a trabalhar para que a adoção do manual seja uma realidade nas repartições. “Daremos a esse guia a importância que ele merece para o enfrentamento ao racismo”, garantiu.

A ministra Luiza Bairros, da Seppir, destacou que o principal desafio do Brasil é incluir nas políticas universais uma perspectiva que leve em conta as diferenças entre as pessoas, entre negros e brancos, entre mulheres e homens. Segundo ela, nesse sentido, informações que nem sempre são consideradas nos atendimentos públicos, como as de cor e sexo, são fundamentais para a medição de um impacto desvantajoso daquela política sobre determinados grupos.