Há consenso entre parlamentares sobre a necessidade de medidas estruturais



 

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A política de concessão de incentivos fiscais que vem sendo adotada pelo governo não trará resultados consistentes para o crescimento da economia, avaliam senadores que participaram de debate na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) nesta terça-feira (11), com o economista Marcos Lisboa. Há um consenso entre os parlamentares sobre a necessidade de medidas estruturais.

- São necessárias ações de longo prazo que podem sacrificar o consumo, mas aumentariam a poupança e permitiriam um crescimento maior no futuro – afirmou Cristovam Buarque (PDT-DF), um dos senadores que propuseram o ciclo de debates sobre os rumos da economia.

Ele disse também que o governo está preso a políticas imediatistas e não vê que a economia moderna baseia-se na criação de produtos de alta tecnologia.

- Quando o governo dá uma isenção a um setor, não percebe que cria problemas para outros setores. Além disso, os incentivos de curto prazo não estimulam os grandes investimentos – criticou.

De acordo com Marcos Lisboa, as políticas setoriais desestimulam a eficiência de alguns setores produtivos. Questionado sobre o tema pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), o economista afirmou que o setor do agronegócio caminhou no sentido oposto, investindo em tecnologia, o que proporcionou às commodities agrícolas um aumento de produtividade. Para o economista foi justamente o avanço tecnológico que permitiu ao agronegócio superar problemas de infraestrutura, como os das estradas deficientes e dos portos.

Também refratário a medidas pontuais, o senadores José Agripino (DEM-RN) defendeu a reforma tributária como condição para a retomada do crescimento. O senador Pedro Taques (PDT-MT) avalia que o quadro de baixo crescimento econômico se deve à demora do governo em fazer reformas microeconômicas e em mexer na taxa de juros.

- Cabe ao Congresso debater esse tema e cobrar do governo uma ação firme. E ao governo, por sua vez, cabe a tarefa de gastar menos – recomendou Taques.

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) concordou com o economista e disse que o governo “afrouxa a política fiscal”.

Pessimismo

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) classificou as declarações de Marcos Lisboa de “pessimistas”. Na opinião dele, a expectativa de crescimento para o segundo semestre de 2013 e para o ano de 2014 é positiva.

- Divergência entre os economistas é uma coisa saudável. As previsões de Lisboa vão ser superadas com as medidas que o governo já está tomando – assegurou o senador.

O parlamentar afirmou ainda que não teme a influência dos números da economia nas eleições do próximo ano.

- Os resultados econômicos vão fortalecer a presidente Dilma para que ela seja novamente eleita em 2014 – previu.

Suplicy argumentou que o governo trabalha para compatibilizar os objetivos de crescimento econômico mais acelerado com estabilidade de preços e controle da inflação, melhoria da distribuição da renda e aumento das oportunidades de emprego. O parlamentar destacou igualmente que os números do desemprego do Brasil estão entre os mais baixos desde que a pesquisa foi iniciada.

- Esse é um dado bastante significativo para a nossa economia – ressaltou.



11/06/2013

Agência Senado


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