Haiti: Uma história conturbada



O Haiti ocupa o terço ocidental da segunda maior ilha do Mar do Caribe, a Hispaniola, a 77 quilômetros a sudeste de Cuba. O restante da ilha é ocupado pela República Dominicana. Com o Atlântico ao norte e o Mar do Caribe ao sul e 1.530 quilômetros de costa, é um país montanhoso e de clima quente. Embora tenha sido, no século 18, a mais próspera colônia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café; e o primeiro estado de maioria negra a conquistar a libertação dos escravos e a independência, em 1794, o Haiti é o país mais pobre da América Central.

Desde que Hispaniola foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1492, o Haiti vive crises sucessivas. Da segunda metade do século 19 ao começo do século 20 o pais teve 20 governantes, dos quais 16 foram depostos ou assassinados. Tropas dos Estados Unidos ocuparam o Haiti entre 1915 e 1934. Em 1957 os haitianos elegeram presidente o médico François Duvalier, conhecido como Papa Doc, que instaurou feroz ditadura, baseada no terror policial dos tontons macoutes (bichos-papões) - sua guarda pessoal -, e na exploração do vodu. Ele morreu em 1971 e foi substituído por seu filho, Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc.

Em 1986, enfrentando fortes protestos, Baby Doc fugiu com a família para a França. Seguiu-se um período novamente muito conturbado até que, em 1990, foi eleito o padre Jean-Bertrand Aristide que, por sua vez, foi deposto em 1991.

Em 1994, força multinacional liderada pelos Estados Unidos entrou no Haiti para reempossar Aristide, que reassumiu o governo com a economia do país destroçada pelas convulsões internas. No período de 1994-2000, apesar de avanços como a eleição democrática de dois presidentes, o Haiti permaneceu mergulhado em crises.

Conflitos armados eclodiram, em 2004, em Gonaives, no norte do país, região que gradualmente foi sendo controlada pelos revoltosos, que acusavam Aristide de fraudar as eleições. Apesar dos esforços diplomáticos, a oposição armada ameaçou marchar sobre Porto Príncipe. Aristide deixou a presidência o país nas mãos de seu sucessor constitucional, René Préval.

Em 2002 o Conselho de Segurança da ONU decidiu estabelecer Minustah, sob o comando do general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do Exército Brasileiro. O efetivo autorizado para o contingente militar é de 6.700 homens, vindos de Argentina, Benin, Bolívia, Canadá, Chade, Chile, Croácia, França, Jordânia, Nepal, Paraguai, Peru, Portugal, Turquia e Uruguai.

Thâmara Brasil / Jornal do Senado



14/08/2009

Agência Senado


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