Hartung diz que balanço da atuação do Senado no primeiro semestre é negativo



O senador Paulo Hartung (PPS-ES) fez uma análise, em Plenário, nesta quinta-feira (dia 28), da atuação do Congresso no primeiro semestre. Ele mencionou alguns pontos positivos, mas salientou que o balanço, especialmente do Senado, é negativo. Para Hartung, que propôs a implementação de uma agenda mínima de votações e debates no segundo semestre, o Senado está desgastado, passando à sociedade uma imagem de improdutividade.

- Passamos tempo demais tentando resolver problemas internos - disse, citando o caso da violação do painel eletrônico e as acusações contra o presidente do Senado, Jader Barbalho. Hartung listou o que considerou aspectos positivos - e pontuais - na atuação da Casa no primeiro semestre. Entre eles, estaria a aprovação do Estatuto da Cidade, da reposição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a limitação ao uso de medidas provisórias.

O senador afirmou que o Poder Legislativo tem se mantido inerte em tratar dos problemas nacionais. Ele citou, entre os temas importantes, a adesão do Brasil à Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que poderá influenciar a vida da população nos próximos 50 a 100 anos.

Hartung apontou ainda para a regulamentação do artigo 192 da Constituição federal, que trata da captação de crédito, fundamental para a renovação do parque industrial brasileiro. A crise urbana e a correção do imposto de renda, que acabou sendo adiada para o segundo semestre, também foram mencionadas pelo senador.

Ele ressaltou que o país atravessa um período de grave crise, de contornos políticos e econômicos. Dizendo torcer para que o governo brasileiro reaja, Hartung apontou para a crise cambial, que traz nervosismo ao mercado. O senador pelo PPS saudou a tentativa do Banco Central de frear a alta do dólar, mas cobrou do presidente Fernando Henrique Cardoso a realização da reforma tributária.

Em aparte, o senador Arlindo Porto (PTB-MG) aplaudiu o discurso de Hartung, enumerando ainda outros temas a serem apreciados pelo Senado no próximo semestre, como a reforma tributária, previdenciária, legislativa e judiciária.

28/06/2001

Agência Senado


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