Heráclito abre exposição dos 75 anos do "Holodomor" - morte pela fome - na Ucrânia



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), abriu, nesta terça-feira (25), na Biblioteca do Senado, exposição em memória dos 75 anos do "Holodomor" - morte pela fome - na Ucrânia, promovido, entre os anos 1932 e 1933, pelo governo totalitário stalinista naquele país. O genocídio de 10 milhões de ucranianos, entre os quais muitas crianças, foi negado pela antiga URSS durante longos anos e só foi oficialmente reconhecido na Ucrânia por ocasião do 15º aniversário de sua independência, em 24 de agosto de 2006.

Atualmente 14 países já reconheceram oficialmente o "Holodomor", entre os quais Canadá, Estados Unidos, Polônia, Hungria e Estônia, e mais recentemente, Peru e Espanha, conforme informou o embaixador da Ucrânia no Brasil, Volodémer Lákomov. A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados aprovou moção de reconhecimento do genocídio. Em breve, o Senado Federal deverá fazer o mesmo.

Heráclito disse que o episódio marcou toda uma geração pelo mundo afora, ressaltando que, ao reverenciar a memória das vítimas, a exposição de gravuras cumpre o papel de alertar o mundo para que se repitam fatos dessa natureza.O senador acrescentou que fatos como esses - "demasiadamente chocantes" - são trazidos à memória para que se estimule a fraternidade nas relações. Recordou que a expressão "Holodomor", que significa "matar pela fome artificial" foi responsável pela morte de milhares de pequenos lavradores, com "reflexos inquestionáveis sobre a nação ucraniana".

O parlamentar citou as palavras do presidente da Ucrânia, Viktor Iuchchenko, na Organização das Nações Unidas (ONU) em 2005, que dão, segundo ele, uma demonstração da preocupação do povo ucraniano em evitar a perda da memória histórica, pois grande parte das testemunhas da grande fome já morreram: "O mundo deve saber a verdade sobre todos os crimes contra a humanidade. Somente dessa forma teremos a certeza que a indiferença nunca mais irá atrair os criminosos".

O embaixador da Ucrânia, Volodemér Lákomov, afirmou que espera que a exposição - composta de gravuras de artistas ucranianos e norte-americanos sobre o tema - "abra os caminhos dos corações para que conheçam esta parte triste da história da Ucrânia".

25/09/2007

Agência Senado


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