Heráclito critica concessão de apenas R$ 1,3 mil para o Piauí combater os efeitos das enchentes



O senador Heráclito Fortes (PFL-PI) criticou o valor das verbas anunciadas pelo governo federal para atendimento às vítimas das enchentes no Piauí, de R$ 1,3 milhão, e também o dinheiro destinado pelo governador piauiense, Wellington Dias, aos meios de comunicação do estado. "Levantamentos parciais indicavam a necessidade de, no mínimo, R$ 34 milhões para atendimento emergencial ao Piauí, um dos estados mais atingidos pelas enchentes, e o próprio governador chegou a falar em R$ 80 milhões", disse.

Heráclito acha que as verbas do governo federal para o Piauí "beiram o ridículo", e serão suficientes para reconstruir pouco mais de 200 casas na capital. O senador criticou também o governo estadual, no tocante à distribuição de recursos para os meios de comunicação.

- Chama a atenção nos gastos do governo do Piauí, além do volume, a falta de critério. Deixaram de fora veículos tradicionais, enquanto os chamados portais de Internet levaram a maior fatia do bolo - disse, lembrando tratar-se de um estado pobre, com baixíssimo acesso à Internet.

Além de denunciar o exagero nos "gastos inúteis" com publicidade, inclusive com assessoria do governo federal, Heráclito denunciou que o governo até hoje não pagou o décimo terceiro salário. O governador anunciou que não poderia pagar, mas em troca ofereceu um empréstimo do Banco do Brasil aos funcionários públicos como compensação. Além do fato de que a maioria da população tem problemas de crédito, e também não tem conta bancária, os que puderam aceitar o empréstimo vão agora começar a pagar juros.

Segundo o senador, nunca um governo federal humilhou tanto um estado como está ocorrendo no Piauí.

- Há ainda um problema grave de hierarquia no estado. Há secretários que nem ao menos recebem o governador em audiência, porque na hierarquia do partido estão acima dele - denunciou. Heráclito disse que em primeiro lugar vem o secretário de Educação, em segundo um deputado federal, em terceiro o secretário de Administração e só em quarto lugar aparece o governador.



12/03/2004

Agência Senado


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