Heráclito diz que senadores governistas gostaram da derrota de Mangabeira Unger



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou em discurso que os senadores da base do governo, incluindo o PT, "fizeram uma confraternização" quando foi derrotada, na noite desta quarta-feira (26), a medida provisória que criou da Secretaria de Planejamento de Longo Prazo, da Presidência da República.

Heráclito disse não ter visto senadores governistas "entrando em desespero" com a derrota, "como costuma ocorrer" quando o governo perde alguma votação no Senado. Heráclito lembrou que o PT nunca aceitou a indicação de Mangabeira Unger para a secretaria por suas acusações, no passado, de que governo do PT seria "o mais corrupto" da história do Brasil.

Heráclito Fortes opinou que a sessão do Plenário do Senado da noite de quarta-feira (26) "foi histórica" não apenas porque o governo foi derrotado na medida provisóriae foi aprovada a resolução que determina sessões abertas nas votações de perda de mandatos. Para ele, foi da maior importância que o Senado tenha concordado com o senador Osmar Dias (PDT-PR), que protestou contra o projeto que trata dos estagiários, pois o projeto do governo é igual a um que ele apresentou há cinco anos. A liderança do governo acabou por retirar a urgência do projeto e ele não foi votado.

O senador afirmou que não é de hoje que o governo se apropria de projetos ou idéias de deputados e senadores. Disse que projetos de parlamentares ficam parados anos a fio e, repentinamente, o governo considera seu conteúdo importante e apresenta proposta de igual teor, a qual acaba recebendo tramitação de urgência.

- Espero que o governo tenha aprendido a lição - disse, lembrando que o governo recusou uma emenda de sua autoria no projeto que criou a Timemania (destinava parte dos recursos às Santas Casas de Misericórdia) mas depois, na regulamentação, propôs exatamente o que rejeitara meses antes.

Em aparte, o senador João Pedro (PT-AM) afirmou que os senadores de oposição erraram ao dizer que a MP derrotada na terça (26) criava 600 cargos na Secretaria de Longo Prazo. O número correto, disse, é de 72. Na verdade, a MP cria mais de 600 cargos para órgãos do governo, incluídos os da secretaria.

Também em aparte, os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF) e José Nery (PSOL-PA) defenderam a permanência do planejamento de longo no Ministério do Planejamento, e não em uma secretaria ligada à Presidência da República.



27/09/2007

Agência Senado


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