Sarney e Mangabeira Unger conversam sobre Nordeste
O presidente do Senado, José Sarney, recebeu, na manhã desta terça-feira (26), o ministro chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Mangabeira Unger, com quem conversou sobre o desenvolvimento do Nordeste. Mangabeira se disse entusiasmado, mas aflito com a situação da região.
Entusiasmado com seu potencial de desenvolvimento - disse ele - e aflito com o escasso tempo para fazer avançar aquela economia.
- O Nordeste hoje fervilha de iniciativas empreendedoras e culturais, mas há 50 anos, desde a época de Celso Furtado, não tem um projeto abrangente e orientador do seu desenvolvimento. Não ha solução para o Brasil sem solução para o Nordeste, onde vivem 30% da nação.
De acordo com Mangabeira, os nove governadores nordestinos decidiram encaminhar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um pedido de reunião para discutir um projeto comum para a região.
- O que a nação mais quer hoje é um modelo de desenvolvimento baseado em ampliação de oportunidades para trabalhar, para produzir e para aprender. E o Nordeste é um terreno privilegiado para iniciar essa obra libertadora. Ao mesmo tempo, eu estou aflito, porque o tempo fica muito escasso, nós só temos 2009 para iniciar uma dinâmica transformadora, capaz de fazer deste projeto um projeto do estado brasileiro, capaz de sobreviver ao governo que está momentaneamente no poder.
Nessa entrevista, Mangabeira Unger falou também da medida provisória 458, já votada na Câmara e que aguarda deliberação no Senado, onde será relatada pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO).
- Não me cabe avaliar o trabalho do Congresso, mas a regularização fundiária incorporada nesta medida provisória trata do problema prioritário da Amazônia. Se não resolvermos este problema, não avançaremos em qualquer outra frente. Eu fico preocupado ao ouvir as muitas distorções a respeito da regularização fundiária suscitadas no curso do debate deste grande problema. Em primeiro lugar, é um equivoco dizer que a regularização fundiária legitima a grilagem. É o oposto, a grilagem é feita na Amazônia por máfias que se beneficiam da falta de regularização.
26/05/2009
Agência Senado
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