Heráclito quer saber se ele próprio é alvo da Operação Satiagraha



O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), em discurso nesta terça-feira (15), apresentou requerimento pedindo o envio de um ofício ao ministro da Justiça, Tarso Genro, exigindo informações para esclarecer se ele próprio é alvo de investigação da Operação Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal este mês. Na citada operação, foram presas, por determinação de um Juiz Federal de São Paulo, 24 pessoas, dentre elas o banqueiro Daniel Dantas, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Os três e outros detidos foram, posteriormente, libertados por determinação do Supremo Tribunal Federal.

Na justificação do pedido, o parlamentar explicou que seu nome aparece em diversas matérias jornalísticas, com trechos de interceptações supostamente obtidas por ordem judicial, o que configuraria vazamento dos "autos dos inquéritos". Essa conduta, acrescentou Heráclito, "impõe a análise de vários aspectos jurídicos, inclusive de natureza cível, criminal e administrativo-funcional".

- Afinal de contas, o nome do requerente, um senador da República, foi exposto de forma ilegal, precipitada e irresponsável, procurando levar a sociedade a crer tratar-se este parlamentar de integrante de uma "organização criminosa", sem que o mesmo nada pudesse fazer por não ter merecido o mesmo privilégio dedicado à imprensa pelas autoridades policiais - disse, na justificação do requerimento.

No texto da proposição, que foi imediatamente acatado pelo presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, Heráclito Fortes também requisitou ao ministro Tarso Genro cópia integral do "procedimento criminal investigatório, apensos, apartados e outros eventualmente relacionados ao objetivo da tal 'Operação Satiagraha', ao menos no que se refira à pessoa o senador ora requerente, em especial os áudios e vídeos existentes".

O texto do requerimento diz ainda que não se admite "qualquer decreto impondo sigilo no tramitar dos referidos procedimentos, uma vez que peças do inquérito já foram inegavelmente fornecidas - irresponsavelmente - pelas autoridades policiais à imprensa, que as divulgou, sendo certo que até mesmo o relatório policial final já se encontra disponível em vários endereços da Internet". O pedido, frisou, vai impedir que a divulgação de notícias falsas em sua base eleitoral continue.

- Espero que, com relação a esta Casa, o ministro da Justiça cumpra o que manda a Constituição federal. Me submeterei ao julgamento de todos os companheiros, mas à luz da verdade e não de informações pinçadas ou tampouco de notícias levianas que têm apenas um objetivo: impedir o trabalho que venho tendo na CPI das ONGs, que incomoda muito o governo - mencionou.



15/07/2008

Agência Senado


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