Hipertenso demora quase 9 anos para buscar acompanhamento médico



Levantamento aponta que maioria dos pacientes chega para o tratamento já com outras doenças associadas

Levantamento da Secretaria de Estado da Saúde no Hospital Estadual Ipiranga revela que pessoas hipertensas custam a procurar acompanhamento médico especializado. Os cerca de 500 pacientes atendidos no Ambulatório de Hipertensão da unidade relataram ter a doença há 8,6 anos, na média.

Entre as mulheres a situação é pior. A média de tempo que as pacientes do hospital levaram para procurar tratamento contínuo foi de 9,7 anos após a detecção do problema. Já entre os homens esse período foi de 6,8 anos.

A demora para buscar auxílio se refletiu no surgimento de doenças associadas entre 51% dos pacientes atendidos no ambulatório, como diabetes, problemas cardíacos, hipotiroidismo, alterações vasculares e insuficiência renal (hoje, 13 de março, é Dia Mundial do Rim). Ainda segundo o levantamento, 58% dos pacientes relataram histórico familiar de hipertensão.

“Os dados mostram que as pessoas com pressão não costumam dar a devida atenção ao problema. A busca por tratamento é esporádica e irregular. Normalmente esses pacientes só procuram o médico quando se sentem mal e param de tomar os remédios assim que apresentam alguma melhora”, afirma Fernando Lara, coordenador do Ambulatório de Hipertensão do hospital.

O Ipiranga adota um modelo diferenciado para atendimento aos pacientes hipertensos, com uma equipe multidisciplinar que envolve médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas e professores de educação física.

Na primeira consulta o paciente é atendido durante cerca de quatro horas, passando por todos os profissionais do Grupo de Hipertensão. Além de exames de rotina, controle de pressão e orientação nutricional, os pacientes realizam caminhadas e exercícios no Parque da Independência, próximo ao hospital, com acompanhamento dos professores de educação física.

Da Secretaria da Saúde

(L.F.)



03/13/2008


Artigos Relacionados


60% dos brasileiros fazem dieta sem acompanhamento médico

Acompanhamento médico regular é fundamental no diagnóstico de mioma em mulheres

Grande SP tem quase 5 mil vagas para pessoas com mais de 50 anos

Quase 20 anos na Comunicação das ações públicas

PEC do Senado ficou parada por quase 12 anos

Desigualdade regional quase não mudou em 13 anos, diz Ipea