Hoffmann apresenta medidas contra a seca aos deputados
Segundo o secretário, o governo está atuando em duas frentes: aumento da oferta de água, através da perfuração de poços, e garantia da renda aos produtores, através da antecipação dos recursos do RS Rural e da liberação de crédito pelo Banrisul para a safrinha de milho, segunda safra de feijão e safra de inverno.
Hoffmann afirmou que a Secretaria de Agricultura irá disponibilizar, nos próximos dias, 900 quilos de sementes de milho e de feijão e, de forma inédita, sementes de trigo através do programa Troca-troca. Além disso, a Secretaria está estudando a possibilidade de fornecer, a partir de março, sementes de pastagens.
Conforme o secretário, até o final de fevereiro, o governo do Estado irá liberar R$ 11 milhões do RS-Rural para os municípios atingidos pela estiagem, desde que estejam em dia com a prestação de contas.
Hoffmann anunciou também que o governo já está deslocando máquinas e equipamentos para a abertura de poços artesianos e açudes na Região das Missões, a mais prejudicada pela estiagem. Cinco perfuratrizes de alta capacidade e dez pica-paus já foram deslocadas e, nos próximos dias, 42 retroescavadeiras, que estão em fase final de aquisição pelo Estado, também serão disponibilizadas. “A falta de água se combate com ações preventivas e permanentes. Nosso governo já perfurou 1400 poços artesianos, beneficiando 12.500 famílias de agricultores”, assinalou.
Seguro Agrícola
Durante a reunião, o secretário explicou aos parlamentares a forma de funcionamento do seguro agrícola, que opera a partir do credenciamento de seguradoras privadas. Mais de 25 mil famílias de agricultores, beneficiárias do Programa Troca-troca de Sementes, já contam com o instrumento de proteção das lavouras. No caso de perda, o seguro varia de R$ 400,00 a R$ 500,00 por hectare de milho plantado, e o custo para os agricultores é de R$ 7,28, preço de uma saca de milho.
O líder da bancada do PT, deputado Elvino Bohn Gass, afirmou que os principais obstáculos para o pleno funcionamento do seguro agrícola são a inexistência de uma seguradora estatal e de um programa federal, que dê suporte às iniciativas dos estados. “Infelizmente, a Companhia União de Seguros, que poderia estar cumprindo este papel, foi privatizada pelo governo anterior”, lembrou o parlamentar. Rebatendo as críticas da oposição de que o número de segurados ainda é pequeno, Bohn Gass lembrou que, em nenhum estado brasileiro, há 25 mil agricultores beneficiados por um seguro agrícola, cujo subsídio é de 90%, como no Rio Grande do Sul.
O secretário garantiu que, assim como aconteceu nas secas de 99 e 2000, o governo do Estado não irá “deixar os agricultores mal”. “Vamos agir para atenuar os prejuízos da seca e, sobretudo, para intensificar a produção na próxima safra”, ressaltou. Ele lembrou que, apesar da febre aftosa e da estiagem por três anos consecutivos, o PIB agrícola do Rio Grande Sul cresceu 23%, enquanto o PIB nacional aumentou 13%, invertendo a situação que perdurou durante o governo passado. “Vamos contornar os problemas gerados pela estiagem e não iremos deixar que este episódio reduza o ritmo de crescimento da agricultura gaúcha”, frisou.
01/23/2002
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