Hospital federal testa novo medicamento brasileiro contra tumor cerebral



Até o final de março, pacientes do Hospital Federal de Ipanema começarão a participar da fase decisiva de testes de um novo medicamento quimioterápico para tratamento do tipo mais comum e letal de tumor cerebral maligno. O produto, que foi pesquisado, desenvolvido e patenteado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), aumenta a sobrevida dos doentes e as perspectivas de êxito no tratamento. 

Em dezembro, um convênio firmado com a UFF tornou o Hospital de Ipanema a unidade de referência na rede federal no tratamento e no estudo do tumor cerebral. Os serviços de Neurocirurgia, Anatomia Patológica, Imagenologia e Oncologia da unidade darão toda a assistência aos pacientes. Já os exames de patologia molecular serão feitos pelo laboratório da universidade. 

Para esse trabalho, foram observados os procedimentos relacionados à ética em pesquisa. Os pacientes possuem pleno conhecimento das atividades desenvolvidas e assinam os termos de consentimento esclarecido para participarem das mesmas. 

De acordo com o chefe do Serviço de Neurocirurgia do hospital, Júlio César Thomé, o novo quimioterápico, cujo nome é Monoterpenoalcool Perílico, atua no DNA das células cancerosas e provoca bem menos efeitos colaterais. Thomé ressalta que, ao invés de eliminar sumariamente essas células, o medicamento age em uma proteína da membrana de cada uma delas para interferir na programação genética e abreviar seu ciclo de vida. Simplificando, é um processo de ‘indução ao suicídio’ das células cancerosas. 

De acordo com Júlio Thomé, o novo medicamento é aplicado por nebulização, não causa queda de cabelo e tem poucos efeitos colaterais. O produto começou a ser desenvolvido pela UFF em 2005, já foi testado em animais e está no final da segunda fase de testes, com seres humanos. 

Na terceira e decisiva fase, a expectativa é que, além dos 199 pacientes da segunda fase, mais 80 ingressem nos testes no Hospital de Ipanema. Júlio Thomé acredita que cerca de 50 desses novos 80 pacientes deverão ser submetidos a neurocirurgias. Segundo ele, a quimioterapia sempre é necessária. Seja após a ressecção cirúrgica de tumores ou no tratamento daqueles que, devido às elevadas dimensões, não podem ser operados.

 

Fonte:
Ministério da Saúde



14/03/2011 20:44


Artigos Relacionados


Medicina: Hospital das Clínicas testa novo remédio contra obesidade

USP testa medicamento contra doença de Chagas

Hospital em SP testa “superpílula” capaz de reduzir em 60% risco de derrame ou infarto

Com apoio da Fapesp, Hospital A.C. Camargo testa equipamento que melhora diagnóstico do câncer de pele

Metrô testa novo sistema de controle de trens no domingo, 5

ACRE TESTA NOVO MODELO PARA USO DA FLORESTA, ANUNCIA FLAVIANO MELO