IBGE diz que valor de obras e serviços de construção cresceu 12,1% em 2009



O Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (17) a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) de 2009. O documento traz informações sobre o segmento empresarial da indústria da construção em todo território nacional. De acordo com o estudo, o valor de incorporações, obras e serviços de construção atingiu R$ 199,5 bilhões em 2009, 12,1% a mais do que o total arrecadado no ano anterior. 

Sem registrar as incorporações, o valor das obras e serviços da construção atingiu R$ 193,7 bilhões. Desse montante, R$ 85,5 bilhões vieram de obras contratadas por entidades públicas, que representaram 44,1% do total das construções, participação ligeiramente maior do que a verificada em 2008 (43,2%). A receita operacional líquida avançou 12 % em termos reais entre 2008 (R$ 154,6 bilhões) e 2009 (R$ 189,0 bilhões). 

O gasto total com o pessoal ocupado correspondeu a 30,3% do total dos custos e despesas das empresas de construção e chegou a R$ 48,3 bilhões, sendo R$ 31,8 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. O valor é 0,9 ponto percentual a mais do que em 2008.

O salário médio mensal avançou 9,2%, passando de R$ 1.095 em 2008 para R$ 1.196 em 2009. Em termos de salários mínimos, porém, houve ligeira queda de 2,7 para 2,6 salários mínimos mensais. Não se tratou, contudo, de perda de poder aquisitivo, mas de consequência do reajuste de 12,6% do valor do salário mínimo, que teve ganho real de 7,9% entre esses dois anos. 

O número de empresas ativas com uma ou mais pessoas ocupadas na indústria da construção aumentou em 11,6%, passando de 57 mil em 2008 para 64 mil em 2009.

Entre as empresas de construção com 30 ou mais pessoas ocupadas, os produtos das obras de infraestrutura se destacaram em 2009 pela contribuição de 49,7% do total dos valores das obras e/ou serviços (R$ 83,1 bilhões), apesar de ter registrado perda de participação de 1,2 ponto percentual em relação a 2008. 

Os grupos de obras residenciais e edificações industriais, comerciais e outras não residenciais, contribuíram com 17,1% e 18,4%, respectivamente, para o total do valor das obras e/ou serviços em 2009. A participação em obras residenciais aumentou 2,4 pontos percentuais, e as edificações industriais cresceram 0,5 pontos percentuais em relação a 2008.

Vários fatores contribuíram para os resultados positivos da indústria de construção, com destaque para o crescimento no número de postos de trabalho com carteira assinada e do rendimento real, o aumento dos desembolsos do sistema BNDES com ênfase em infraestrutura, a expansão das obras realizadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a redução para alíquota zero do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 30 tipos de materiais de construção e a expansão do crédito imobiliário.
 

Edificações

Tal como no ano anterior, em 2009 as empresas da atividade de obras de infraestrutura se destacaram com participação de 47% do total da receita bruta (R$ 95,8 bilhões), menos 1,6 ponto percentual frente à participação observada em 2008 (48,6%, ou R$ 81,0 bilhões). Já as empresas do setor de edificações contribuíram com cerca de R$ 80,4 bilhões em 2009, 39,5% do total, crescendo 3,3 pontos percentuais em relação a 2008 (R$ 60,3 bilhões). As empresas de serviços especializados para construção, que tiveram R$ 27,6 bilhões de receita bruta em 2009, responderam por 13,5% do total, perdendo participação em relação a 2008 (15,2%).

Segundo as faixas de pessoal ocupado, só as empresas com 500 ou mais pessoas ocupadas apresentaram aumento de participação: de 40,6% em 2008 para 45,3% em 2009.

Em comparação a 2008, os valores dos custos e despesas tiveram crescimento real de 9,8%, acompanhando a expansão das incorporações, obras e serviços da construção (12,1%). Os gastos com salários, retiradas e outras remunerações representaram, em 2009, cerca de 20% do total dos custos e despesas da construção, participação superior à de 2008 (19,4%). 

Em 2009, os investimentos realizados em ativos imobilizados para todas as empresas do setor totalizaram cerca de R$ 5,8 bilhões. O investimento em máquinas e equipamentos foi o principal destaque, representando 44,2% do total investido, seguido por terrenos e edificações (31,2%), meios de transporte (17,8%) e outras aquisições – móveis, microcomputadores, etc. (6,8%). 

A publicação completa está disponível no site do IBGE.

 

Fonte:
IBGE

 

17/06/2011 17:00


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