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- A divulgação de qualquer interceptação telefônica obtida ou não por medida judicial constitui crime - disse Ideli.

O procedimento adotado pela CPI, de acordo a senadora, é "tão grave quanto qualquer vazamento e quebra de sigilo", aludindo à violação das informações bancárias do caseiro Francenildo dos Santos Costa. Ideli também pediu explicações sobre o fato de, segundo ela, a requisição da fita com a conversa telefônica não constar da documentação disponível na secretaria da comissão.

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) contraditou a questão de ordem levantada pela líder do PT. Ele foi relator ad hoc, em substituição ao titular, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), durante o depoimento de Isabel Bordini. Alvaro Dias argumentou que a gravação faz parte de inquérito policial instaurado em Ribeirão Preto, além de já ter sido divulgada pela imprensa da cidade paulista e reproduzida em outro depoimento na própria CPI dos Bingos.

- Não houve vazamento de uma informação já vazada. Me parece que querem deslocar o foco. Há uma pretensão no nosso país, que parte de algumas pessoas, de fazer com que os que investigam, os que denunciam, sejam condenados, e absolvidos sejam os criminosos - afirmou o senador.

Ideli replicou dizendo que "a CPI tem que se ater ao que o ordenamento jurídico prescreve". O presidente do Senado, Renan Calheiros, ponderou que o ideal seria que a questão fosse resolvida no âmbito da própria comissão. Mas a senadora insistiu, alegando que o "clima" está ruim da CPI, em referência aos desentendimentos entre governo e oposição.

- Eu vou levantar todas as informações. Vou conversar com o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito [senador Efraim Morais (PFL-PB)], para que nós possamos fazer uma análise à luz do processo, da Constituição - disse Renan.

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