DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DO BC PODE TER SIGILO TELEFÔNICO QUEBRADO



O sigilo telefônico do pessoal da Diretoria de Fiscalização do Banco Central (BC) poderá ser quebrado pela CPI dos Bancos. Requerimento neste sentido, proposto pelo senador Romeu Tuma (PFL-SP), foi aprovado nesta segunda-feira (dia 19). A medida não se restringe aos telefones do BC, atingindo linhas particulares dos diretores e funcionários. O objetivo é detectar possíveis ligações entre diretores dos bancos Marka e FonteCindam, suspeitos de terem recebido informações privilegiadas do BC, e diretores e funcionários responsáveis pela fiscalização do sistema financeiro.- Assim será possível saber se o dono do banco Marka, Salvatore Cacciola, realmente tinha ligações com o Banco Central, ou se mentia para enganar cotistas de seu fundo de investimentos que perderam dinheiro no episódio - justificou Romeu Tuma.A Comissão aprovou ainda a convocação da diretora jurídica do Banco Marka, Cíntia Costa de Souza, que teria presenciado os encontros entre Cacciola e a diretoria do BC que culminaram na operação de ajuda ao Marka. Os senadores também decidiram convocar Leon Sayeg, Omar Jahic e Alberto Antunes que, segundo a revista Veja, ouviram do controlador do Marka garantias de que um alto funcionário do Banco Central fornecia informações privilegiadas. Outras pessoas que serão convocadas a depor na CPI são os irmãos Sérgio e Luís Augusto Braga, ex-sócios de Francisco Lopes na consultora Makrométrica, Aparecido Kikukawa, diretor do grupo Nikko, e Maria do Socorro Costa Coelho, funcionária do BC que autorizou operações do banco junto a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F;).PEDIDOS DE INFORMAÇÕESDecisão da CPI reafirmou o bloqueio e a indisponibilidade dos bens dos controladores do Marka e do FonteCindam, determinando notificações ao mercado financeiro e à Justiça para que não sejam feitas movimentações bancárias e patrimoniais. Outro requerimento aprovado solicita informações do BC sobre os fundos de investimentos que obtiveram rentabilidade de pelo menos 50% com a variação cambial.O caso Encol, um dos itens do requerimento de instalação da CPI, apresentado pelo senador Jader Barbalho (PMDB-PA), já está sendo investigado pelos senadores. Foram aprovados dois pedidos de informações junto ao Banespa e ao Banco do Estado de Goiás, sobre as operações de créditos feitas pela Encol, incluindo os contratos vencidos e não quitados.Depois de votados os requerimentos, os senadores se reuniram a portas fechadas com membros da Polícia Federal e do Ministério Público, inclusive os que atuaram nas diligências à residência de Francisco Lopes, no Rio de Janeiro. A idéia dos senadores é criar estratégias comuns de atuação, uma vez que a CPI tem poderes constitucionais próprias das autoridades judiciais.

19/04/1999

Agência Senado


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