Ideli Salvatti: acordo com o FMI prejudica Mercosul



A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) reivindicou nessa quinta-feira (14) a revisão das cláusulas do acordo assinado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), por entender que estão asfixiando o Brasil. De acordo com a senadora, qualquer tentativa dos países do Mercosul de ampliar sua política de integração para incluir outros países latino-americanos também passa pela revisão dos acordos assinados com o fundo.

Ideli aconselhou o governo Luiz Inácio Lula da Silva a acompanhar com muita atenção as novas cláusulas que o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, está negociando com o FMI para verificar se elas serão adequadas ao Brasil, que inicia nova rodada de negociações com o FMI em setembro próximo.

Segundo a senadora, em seminário a que compareceu em Montevidéu (Uruguai), sobre o tema -Mercosul, uma visão da esquerda-, todos falaram sobre a futura integração entre os países do Mercosul e do Pacto Andino para construir patamares de negociação com blocos comerciais como a União Européia, bem como com países gigantes como a China e a Índia.

Ela comentou declarações do presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, sobre a política de financiar saídas do Brasil para o Caribe, com a Venezuela, e para o Pacífico, com a Bolívia. A idéia é alocar financiamentos para estradas nesses países, desde que eles utilizem empresas brasileiras nas obras.

Ideli ressaltou que toda política brasileira de desenvolvimento sempre fluiu para o Atlântico e que, se o país quiser construir uma nova malha de integração, precisará abrir novos caminhos em direção ao Pacífico e ao Caribe e à América Central.

Em aparte, o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse que o Brasil decidiu conquistar a costa oeste, não mais pela força, como pretendeu em épocas anteriores de sua história, mas pelo dinamismo das trocas comerciais. Também em apartes, os senadores Eurípedes Camargo (PT-DF) e Delcidio Amaral (PT-MS) afirmaram ser fundamental fortalecer o Mercosul, estreitando laços com os países andinos e, numa etapa posterior, usar sua saída para o Pacífico para chegar até os países asiáticos.



14/08/2003

Agência Senado


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