Inácio Arruda critica decisão do CMN de mudar cálculo da TR



O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) criticou nesta quinta-feira (8), em Plenário, a decisão tomada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), no começo desta semana, de promover mudanças no cálculo da Taxa Referencial (TR), usada como parâmetro na correção da poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A alteração, de acordo com o Banco Central (BC), foi adotada para que a remuneração dos depósitos fique mais adequada ao cenário atual de juros e inflação baixa. O BC também sustenta que os poupadores não serão prejudicados com a medida.

No entanto, Inácio Arruda entende que a mudança vai prejudicar os pequenos investidores e a correção dos depósitos do FGTS. A alteração, segundo ele, também poderá trazer prejuízos ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê a utilização dos recursos do fundo em projetos de infra-estrutura.

- Precisamos explicar para a sociedade. A poupança é dirigida para a construção civil, para o povo mais pobre, para a classe média, para saneamento, esgoto e calçamento e gera milhões de empregos. O FGTS tem correção exatamente para permitir que tenhamos recursos para a infra-estrutura - disse o senador.

Inácio Arruda anunciou que irá levar o tema à discussão na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), solicitando o comparecimento na comissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tratar do assunto.

O senador também criticou o corte na taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual, de 13% para 12,75%. A medida, adotada pelo Conselho Monetário Nacional (Copom) na noite da quarta-feira (7), irá limitar a aceleração do crescimento, disse o senador.

TR

A TR é utilizada na correção da poupança, das contas do FGTS, e dos financiamentos imobiliários, entre outros concedidos com recursos do fundo.A decisão do CMN, de acordo com o BC, foi adotada como forma de evitar um desequilíbrio entre o rendimento da poupança e outras aplicações. Neste ano, o rendimento mensal da poupança vem oscilando entre 0,55% e 0,75%, antes da alteração no calculo do rendimento do investimento. O BC argumenta que a alteração ainda não provocou nenhum efeito e não vai alterar o rendimento da poupança.



08/03/2007

Agência Senado


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