Indústria faturou menos e gastou mais com salários em 2011



Em dezembro de 2011, o faturamento real da indústria caiu 3,4% em relação a novembro, ou 2,7% excluindo fatores sazonais. O desempenho da atividade industrial no ano passado foi divulgado nesta segunda-feira (6) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com a entidade, as horas trabalhadas caíram 6,7% (-1,2% no indicador dessazonalizado) na comparação entre os dois últimos meses do ano passado, enquanto o nível de emprego registrou queda de 1% (-0,4% excluindo fatores sazonais).

O uso da capacidade instalada, que em novembro atingiu 82,7 pontos em uma escala de 100 pontos, caiu para 79,4 em dezembro. Apesar dos índices negativos em alguns dos principais quesitos avaliados, a massa salarial cresceu 12,2% e o rendimento médio do trabalhador, 13,3%.

Apesar da queda no faturamento do setor em geral, a indústria de transformação fechou 2011 com faturamento positivo: cresceu 5,1% na comparação com 2010. As horas trabalhadas tiveram alta de 0,9%; o emprego cresceu 2,2% no ano; a massa salarial real, 5,2%; e o rendimento médio real, 3%.

A indústria de transformação fechou o ano de 2011 com faturamento positivo, mas aquém do registrado em 2010. De acordo com o gerente executivo de Políticas Econômicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, a concorrência dos produtos estrangeiros e a valorização do câmbio foram os fatores que influenciaram o resultado do setor.

"[Há uma] grande entrada de produtos importados no mercado brasileiro. A taxa de câmbio favorável faz com que se torne mais barato o produto estrangeiro. Com isso, se retira o mercado do produto nacional”, disse ele.

Castelo Branco disse ainda que a demanda doméstica tem crescido, mas está direcionada para os produtos importados. “A estagnação da indústria reflete esse quadro de mudança internacional do Atlântico Norte [Estados Unidos e Europa] para o [Oceano] Pacífico [países asiáticos, como China e Japão], o que é prejudicial para a indústria. A Ásia é concorrente dos nossos produtos, não mercado para os produtos brasileiros como são a Europa e os Estados Unidos”, explicou.

Ele disse ainda que as medidas adotadas pelo governo para estimular a produção nacional, como Plano Brasil Maior e a redução das taxas de juros, poderão favorecer a indústria, com os resultados começando a aparecer neste início de ano.

 

Fonte:
Agência Brasil

 



06/02/2012 19:55


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