Instituto da Amazônia traz especialista japonês em cogumelos



O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), por meio do Instituto Nacional de Ciências e Tecnologia - Centro de Estudos Integrados da Biodiversidade Amazônica (INCT/Cenbam) traz a Manaus o professor japonês Kentaro Hosaka, do Departamento de Botânica, do National Museum of Nature and Science (Tsukuba/Japão), para mostrar o trabalho que desenvolve com cogumelos e buscar parcerias para uma exposição sobre a biodiversidade da Amazônia que acontecerá no Japão em 2015.

Hosaka ministrará na próxima sexta-feira (21), a palestra “Sequenciamento de todos os cogumelos do Jardim Botânico de Tsukuba”, às 16h, na sala de Seminários da Biblioteca (Campus I) do Inpa.

A palestra, que é a primeira de um Ciclo de Seminários em Botânica para 2014, é organizada pela Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Botânica (PPG-BOT/Inpa). A palestra será toda em inglês e destina-se aos alunos dos cursos de pós-graduação em Botânica, Genética e Ecologia, pesquisadores e demais interessados. O objetivo é repassar informações sobre as pesquisas que são desenvolvidas sobre os cogumelos no Japão.

O estudo baseado no sequenciamento de todos os cogumelos é uma forma de obter dados genéticos moleculares de fungos para se fazer um banco genético de cogumelos (fungos).

De acordo com a pesquisadora do Inpa, Noemia Kazue Ishikawa, uma das integrantes do Cenbam e do Grupo de Pesquisas com Cogumelos da Amazônia ligado à Coordenação de Biodiversidade (CBio/Inpa), o professor Hosaka visita o Inpa em busca de parcerias para a realização da exposição sobre a biodiversidade da Amazônia que está sendo organizada no Japão. A exposição será em 2015, em Tsukuba, Japão, com duração de quatro meses.

Noemia Ishikawa explica que durante a palestra, o professor Hosaka, que é taxonomista e especialista em evolução de fungos, abordará sobre filogenia molecular de cogumelos dos grupos taxonômicos gonfóides-falóides, que é o seu objeto específico de estudo.

Segundo a pesquisadora, o professor vem estudando de uma forma globalizada todos os fungos sendo reconhecido mundialmente entre os micologistas pela descrição da nova subclasse Phallomycetidae e de duas novas ordens Hysterangiales e Geastrales, publicada em 2006. Assim como pelos estudos sobre biogeografia de Hysrerangiales, fungos parecidos com trufas (Artigo publicado em 2008 (Mycological Research).

Para o professor Hosaka, o conhecimento sobre a diversidade de fungos na Amazônia ainda é muito escasso. “Ao usar o tema sequenciamento de todos os cogumelos, especificamente, no Japão, há uma intenção de se fazer esses estudos, também, na Amazônia. Assim, conheceríamos muito mais sobre os cogumelos”, diz o professor, acrescentando que os mesmos estudos que são feitos no Japão também são realizados na China, Nova Zelândia, Austrália e Coreia.

Segundo o professor, para realizar o estudo é preciso fazer uma grande quantidade de coleta de sequenciamento dos fungos, o que foi iniciado pelo Jardim Botânico do Japão, mesmo assim, ainda existem espécies que não se sabe o nome ou não se tem nenhuma informação.

Cogumelos da Amazônia

A pesquisadora Noemia Ishikawa explica que assim como as plantas formam frutos para proporcionar a continuidade da espécie, alguns grupos de fungos desenvolvem corpos de frutificação visíveis a olho nu, os macrofungos, conhecidos popularmente como cogumelos e orelhas-de-pau. Existem mais de 200 gêneros de macrofungos utilizados pelo homem, principalmente, pelas suas propriedades comestíveis e medicinais.

A espécie comestível mais conhecida é o champingnon (Agaricus bisporus) que é bastante nutritiva contendo muitas proteínas, cálcio, cobre, ferro, folacina (ácido fólico), vitamina C e dezoito aminoácidos

Desde 1991, a pesquisadora Noemia Ishikawa estuda cogumelos. Ela explica que na Amazônia existem 34 espécies identificadas de cogumelos comestíveis, inclusive algumas muito consumidas pelos grupos indígenas Uaupé e os Yanomami. “Os cogumelos podem ser considerados como um alimento funcional, porque além de possuir alto teor nutricional e baixa caloria, também apresenta aspectos medicinais”, ressalta.

Após sete anos de observação das várias espécies na Amazônia, o Grupo de Pesquisa escolheu uma espécie de cogumelo local para cultivar no Amazonas. Para isso, estão em andamento parcerias para viabilizar o cultivo e a comercialização de um cogumelo da Amazônia, da espécie Lentinula raphanica, com a Fazenda Aruanã e o restaurante Banzeiro, em Itacoatiara e Manaus, respectivamente.

O Grupo de Pesquisas com Cogumelos da Amazônia do Inpa trabalha com quatro linhas de pesquisas: taxonomia (identifica os fungos), cultivo de cogumelos; bioprospecção (busca de novos compostos bioativos); e a parte de biologia e fisiologia dos fungos (estudo complementares em laboratório).

Fonte:
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia



17/02/2014 10:39


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