Instituto de Zootecnia amplia mercados dos produtores paulistas
Ao completar 95 anos, órgão da Secretaria de Agricultura desenvolve projetos inéditos para criação de cordeiros e vitelos
Ao completar 95 anos, órgão da Secretaria de Agricultura desenvolve projetos inéditos para criação de cordeiros e vitelos O Instituto de Zootecnia de São Paulo (IZ), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, completa 95 anos de fundação no próximo sábado, dia 15. Com sede em Nova Odessa, região de Campinas, o IZ tem um importante papel no setor pecuário do Estado ajudando a solucionar problemas do dia-a-dia do produtor rural. A realização de projetos de pesquisa e a cooperação técnico-científica visam melhorar a qualidade e a produtividade dos rebanhos e buscar novos mercados. Bons exemplos desse trabalho são os projetos inéditos para criação de cordeiros e vitelos em território paulista, animais cuja carne vem tendo um aumento de consumo muito grande nos últimos anos. A carne de cordeiro, antes um subproduto da lã, vem se tornando o principal atrativo comercial na ovinocultura. As fibras sintéticas estão substituindo rapidamente a lã na confecção de roupas e a criação de ovelhas para a produção dessa matéria prima também está sendo reduzida no mundo inteiro. De olho neste novo e crescente mercado, o IZ está incentivando a produção da carne de cordeiro, oferecendo novas alternativas, principalmente para o pequeno e médio produtor. “Temos de fazer o criador paulista produzir esta carne”, diz Mauro Sartori Bueno, um dos pesquisadores do IZ responsáveis pelo projeto. Segundo ele, não se criava ovinos em São Paulo, mas o crescimento do mercado consumidor da sua carne tem atraído muitos produtores. “Hoje já temos 500 mil matrizes no Estado e a previsão é de que esse número chegue a 2 milhões em 2002”, estima Bueno. O IZ apresenta aos produtores interessados, inclusive de outros Estados, por meio de reuniões técnicas, todo o sistema de produção de ovinos desenvolvido no próprio Instituto para obtenção do cordeiro para abate super- precoce, que exige uma tecnologia especial. São abordados os aspectos do desempenho animal, do manejo sanitário, alimentação e manejo dos animais. Os produtores rurais têm a oportunidade de conhecer as instalações, estruturas de cerca e equipamentos, além do plantel de animais selecionados das raças Santa Inês, Ile de France, Suffolk e Poll Dorset e os cordeiros cruzados. “É uma tendência mundial a produção da carne próxima ao seu mercado consumidor”, observa Bueno. Criação de vitelos será mais uma opção para os produtores de leite O IZ também está desenvolvendo tecnologia em produção de vitelos para transferi-la aos produtores do Vale do Paraíba, por meio de sua unidade de Pindamonhangaba, o Núcleo de Pesquisas Zootécnicas “Geraldo José Rodrigues Alckmin”. A pesquisa é uma das ações para incrementar os agronegócios na região e uma contribuição do Pólo Tecnológico do Vale. O projeto tem por meta utilizar bezerros machos que normalmente são descartados por produtores de leite. A carne é mais macia que a de vaca e é muito apreciada na Europa. A idéia partiu do secretário de Agricultura e Abastecimento, João Carlos Meirelles, ao perceber a grande quantidade de carne de vitelo importada dos Estados Unidos, Canadá, Argentina e Holanda para fornecimento de restaurantes finos. “Nosso custo de produção pode ser bem inferior do que desses países”, afirma o pesquisador Paulo Rogério Palma de Oliveira, responsável pelo projeto. Segundo ele, atualmente os produtores de leite vendem esses animais por preços muito baixos, com poucos dias de vida e a produção de vitelos poderá gerar uma boa renda adicional. O plano de trabalho estabelece a montagem do sistema de criação de vitelos, visando a formação de pessoal especializado para o seu manejo, além de equipe para verificar possíveis problemas no sistema de criação, avaliando os problemas surgidos. Faz ainda o levantamento de demandas para melhorar a eficiência e estabelecer procedimentos de difusão desta tecnologia. A técnica de produção de vitelos visa oferecer, em prazo de cinco meses, animais prontos para abate, com peso variando entre 180 e 200 quilos e cuja carne deve ser tenra e de cor clara. Serão selecionados, ao nascer, machos dos rebanhos Holandês Preto e Branco e Mantiqueira, com peso mínimo ao nascimento de 33 quilos, com boa saúde. O Instituto está trabalhando em parceria com a empresa privada de agropecuária Comerq e com a Faculdade de Veterinária da Universidade de São Paulo, em Pirassununga. Pioneirismo em pesquisas zootécnicas O objetivo do Instituto de Zootecnia de São Paulo é desenvolver e transferir tecnologias e insumos para a sustentabilidade dos sistemas de produção animal. Atualmente, faz parte da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), criada em 11 de maio de 2000, pelo Governo do Estado, como instituição estadual. A Agência tem por finalidade gerar, adaptar e difundir conhecimento para o desenvolvimento sustentável desse segmento estratégico da economia paulista e nacional. A APTA produzirá resultados por meio da interação de seus cinco centros de excelência representados pelos Institutos Estaduais, entre eles o Instituto de Zootecnia. Criado em 15 de julho de 1905 como Posto Zootécnico Central, no bairro da Móoca, na Capital, o IZ mudou-se em 1929 para o Parque da Água Branca. Em 1970, foi transformado no atual Instituto de Zootecnia, para acompanhar a expansão que a produção animal vinha tendo no Estado. Sua sede foi transferida para Nova Odessa em 1975. Pioneiro em pesquisas zootécnicas, o Instituto tem um papel fundamental na pecuária, atuando nas áreas de bovinos de corte e de leite, bubalinos, ovinos, caprinos, equídeos, suínos, bicho-da-seda, abelhas e plantas forrageiras. Fornece ainda material genético para o melhoramento animal brasileiro e internacional. As parcerias com a iniciativa privada hoje são consideradas prioridade para o desenvolvimento de seu trabalho. A viabilização de contratos de parcerias e convênios para realização de projetos de pesquisa e cooperação técnico-científica tem proporcionado maior integração com pecuaristas, empresas, universidades e faculdades, prefeituras, associações de criadores, instituições de pesquisa, financiadoras de pesquisa, fundações e outras Secretarias de Estado. Em sua atual estrutura, o Instituto conta com cinco Centros Científicos e cinco Núcleos Regionais de Pesquisa. Os Centros Científicos agrupam os pesquisadores nas área de conhecimento de nutrição e alimentação animal, forragens e pastagens, ambiência e manejo, melhoramento genético e reprodução e métodos quantitativos. Os Núcleos Regionais somam as 12 unidades experimentais: Núcleo de Pesquisa Zootécnica Nordeste (Ribeirão Preto e Sertãozinho); Vale do Paraíba (Pindamonhangaba); Planalto Centra07/14/2000
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