Ipea diz que ajuste fiscal não afetou confiança das famílias na economia
De acordo com o Índice de Expectativas das Famílias (IEF), pesquisado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado nesta quinta-feira (7), a confiança das famílias brasileiras na economia não foi afetada pelas medidas tomadas pelo governo para contenção do gasto público. O presidente do instituto, Marcio Pochmann, disse que esperava um resultado diferente depois do corte de mais de R$ 50 bilhões no Orçamento da União e das seguidas elevações da taxa básica de juros, a Selic, para conter o consumo.
O IEF de março mostra o terceiro melhor resultado da série, iniciada em agosto do ano passado. Foram feitas entrevistas em 3.810 domicílios de 214 municípios de todos os estados. O índice de confiança das famílias na economia do País ficou em 65,3 pontos, o mesmo resultado de fevereiro e queda de 2,8 pontos em relação a janeiro, quando se verificou o recorde da série (67,2 pontos).
O boletim Focus, do Banco Central, divulgado na segunda feira (4) mostrou que a expectativa do mercado financeiro é de alta da inflação ao longo do ano, o que poderia ser motivo para queda na confiança das famílias consultadas, disse Marcio Pochmann.
A pesquisa feita pelo Ipea pergunta às famílias sobre a intenção de adquirir bens de consumo duráveis; qual a situação financeira comparada à de um ano atrás; o que a família espera para os próximos anos; qual a situação de endividamento em que se encontra; quais as condições que têm para pagar dívidas; e qual a situação das pessoas no mercado de trabalho.
O presidente do Ipea lembrou que trabalho semelhante é feito em países desenvolvidos para medir o comportamento da população em relação à conjuntura econômica e financeira. A disposição das famílias quanto às decisões sobre investimentos tem a ver com a percepção que as pessoas têm sobre a economia do País como um todo, disse Pochmann. Um quesito que merece destaque, segundo ele, é que 54,1% das famílias ouvidas opinaram que o momento é propício para adquirir bens de consumo duráveis, como automóveis, enquanto 40,3% acham que o momento não é o ideal.
Para o Ipea, essa tendência justifica "a elevação atual do consumo e aponta para a sustentabilidade do impulso de crescimento da economia no curto prazo, apesar das taxas de juros elevadas que são cobradas do consumidor no País há muitos anos". Figura ainda como destaque, segundo o instituto, moderação no risco de aumento da taxa de inadimplência do público em relação aos financiamentos.
Fonte:
Agência Brasil
07/04/2011 18:33
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