Ipea prevê expansão do PIB entre 5,5% e 6,5%
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil será de 5,5% a 6,5% em 2010. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (9), pelo coordenador do grupo de Análises e Previsões do instituto, Roberto Messenberg. Ele informou ainda que a instituição trabalha com uma previsão entre 4% e 5% para o fechamento do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) neste ano. Os dados são do boletim Carta de Conjuntura nº 10, referente ao período de junho a agosto.
Pelo documento do Ipea, a previsão é de que o País manterá a trajetória de crescimento da economia neste ano, mas com expansão mais suave em relação ao crescimento de 9% do primeiro trimestre, na comparação com igual período de 2009.
A análise trimestral da economia aponta uma trajetória descendente do índice da inflação, mas o Ipea demonstra preocupação com o futuro das contas externas. Para o economista Roberto Messenberg, a inflação para este ano não terá tendência ascendente, devendo ficar entre 4% e 5%, dentro da meta estipulada pelo governo, de 4,5%. A Carta de Conjuntura de junho que reúne as conclusões dos principais economistas do instituto em relação aos cenários econômicos do País.
Para Messenberg, a maior preocupação no cenário futuro não é o descontrole nas contas públicas, como pregam alguns economistas, pois ele acredita que é necessária a participação efetiva do Estado como indutor da economia, possibilitando, entre outras coisas, destravar os gargalos que prejudicam o crescimento. O economista chamou a atenção para o descompasso na balança internacional, com o descolamento das exportações em relação às importações, principalmente de produtos como bens de consumo.
“O sinal amarelo são as taxas de crescimento do déficit comercial, de aumento das importações em relação às exportações. As importações têm se acelerado de maneira contundente. Isso é preocupante, porque pode sinalizar a necessidade crescente de recursos para o fechamento do balanço de pagamentos na economia, quando justamente o investimento direto está escasseando.”
Messemberg elogiou a atuação do governo federal durante a crise econômica, por intermédio do grande aporte de financiamento às empresas via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do apoio ao sistema financeiro por meio do BC.
“O BNDES teve um papel fundamental de expansão do crédito direcionado para as empresas, que não estavam contando com recursos externos, assim como o BC, que também entrou dando liquidez para o capital de giro”, destacou. Segundo ele, caso não houvesse essa intervenção do governo na economia, a queda do Produto Interno Bruto (PIB) seria de três a quatro pontos percentuais no ano passado, em vez do índice apurado, de – 0,2%.
A íntegra da Carta de Conjuntura pode ser acessada no site do Ipea.
Fonte:
Agência Brasil e Ipea
11/08/2010 20:06
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