IPT lidera força tarefa da nova Internet



Ao lado de outras 10 instituições, da União Européia e da Ásia, o Instituto integra projeto de novo protocolo

Em três anos, os blocos de endereços IPs disponíveis devem acabar, segundo previsões de órgãos gestores da Internet. A solução para esse “apagão” está na nova Internet – o protocolo IPv6, que deve substituir a versão atual (o IPv4) com uma oferta praticamente inesgotável de IPs. O IPT lidera a força tarefa do IPv6 no Brasil, que busca auxiliar na preparação do País para essa mudança tecnológica.

Ao lado de outras 10 instituições, da União Européia e da Ásia, o Instituto integra o projeto GO4IT, que desde 2005 desenvolve ferramentas para testar aplicativos que adotem esse novo protocolo. Os resultados mais recentes dessas pesquisas serão apresentados no 2nd ICTng Workshop Internacional 2007, que acontecerá nos dias 22 e 23 de outubro no IPT.

Esse deve ser o último evento para divulgação de resultados do projeto. Na oportunidade, o IPT realizará uma chamada de empresas para reforçar sua iniciativa de instituir um braço dessa força tarefa mundial no País. Salvador Giaquinto, pesquisador do Instituto, explica que é preciso envolver academia, empresas e órgãos do governo a fim de conscientizar para o uso do IPv6. Oportunidades de negócio que o IPv6 traz também serão discutidas no workshop. As áreas que despontam são transportes e comunicação digital, graças a vantagens do novo protocolo, como mobilidade, segurança e qualidade de serviço.

Os testes da infra-estrutura do IPv6 já foram feitos. “O que falta agora é implantar”, afirma Antonio Rigo, também pesquisador do IPT. O Instituto dispõe, desde 2002, de uma ilha-piloto IPv6 para testes e pesquisas. Segundo Giaquinto, agora o IPT vai realizar as adaptações necessárias para replicar a tecnologia para o resto do Instituto num futuro próximo.

Nova Internet

A gestação do IPv6 começou na década de 80, quando especialistas se deram conta de que o crescimento da Internet logo resultaria em seu esgotamento. Hoje, estão disponíveis em torno de um bilhão de IPs, o que não dá conta da demanda reprimida. A ampliação da oferta de endereços com o IPv6 – um sextilhão por metro quadrado – permitirá abastecer de IPs não apenas cada computador, mas também TVs, celulares, automóveis, entre outras aplicações possíveis. “O IPv6 já foi feito para não se esgotar”, diz Rigo.

O novo protocolo possibilitará, por exemplo, as transmissões em tempo real, dando prioridade à transmissão de informações “pesadas”, como áudio e vídeo. “É isso que chamamos de qualidade de serviço”, explica Rigo. Além disso, o sistema de segurança por criptografia, que já é utilizado em sites de bancos, será automático no IPv6. Com a possibilidade de acessar a sua própria rede de qualquer lugar, o IPv6 “será mais um passo em direção à convergência”, completa.

Do IPT

(L.M.)



10/07/2007


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