Iris de Araújo cobra serenidade e ações concretas do atual governo
Apesar da confiança depositada no presidente Luiz Inácio Lula da Silva por milhões de brasileiros, a senadora Iris de Araújo (PMDB-GO) lembrou em Plenário, nesta terça-feira (22), que a população aguarda ações concretas do atual governo, -que precisa agir dentro da lei e garantir a democracia tão duramente reconquistada-.
- O que se conseguiria com a radicalização? Apenas mais violência, mais sofrimento, mais injustiça - advertiu, conclamando todos a aderirem ao aprendizado da negociação e, até mesmo, da renúncia.
Quanto ao primeiro ensinamento, Iris de Araújo defende, a exemplo da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), a revisão dos termos do acordo do governo brasileiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A senadora por Goiás disse que a gestão petista já provou que sabe honrar contratos e pagar dívidas.
- Ancorado na credibilidade conquistada, cabe agora ao nosso presidente renegociar este acordo - acrescentou.
Essa iniciativa, explicou a senador, teria o objetivo de reforçar os investimentos em infra-estrutura, considerados pelo FMI como gastos - o que concorre para elevar o déficit público - e não como meio para alavancar a produção e gerar emprego e renda.
Ao tratar de renúncia, Iris de Araújo aludiu às reformas em tramitação no Congresso Nacional. Consciente de que o crescimento econômico não será suficiente para a construção de um país mais justo, a parlamentar invoca a adoção de um novo padrão de gestão econômica, que passe pela repartição das riquezas geradas.
- Mas, para redistribuir e beneficiar a todos, se faz necessário que aprendamos a renunciar - alertou.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) comentou que a falta de investimentos no setor produtivo impede o crescimento econômico e a geração de emprego, ressaltando ainda as dificuldades financeiras enfrentadas hoje pelos municípios. Já o senador João Capiberibe (PSB-AP) sustentou que a saída para ocupar -o imenso exército de desempregados- do país é avançar na reforma agrária e no desenvolvimento no campo.
22/07/2003
Agência Senado
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