IRIS DEFENDE SAÍDA PARA DÍVIDA DOS AGRICULTORES



A situação dos produtores rurais endividados foi lembrada nesta sexta-feira (dia 13), em discurso, pelo senador Iris Rezende (PMDB-GO). Segundo ele, depois de sofrer durante décadas as conseqüências dos planos econômicos, os agricultores brasileiros agora estão arcando com os juros altos e os preços baixos de seus produtos. O senador apelou ao governo para que seja sensível ao pedido de desconto na dívida agrária, objeto de uma grande manifestação que será realizada na próxima semana.Iris Rezende chamou a atenção para as condições desiguais em que os produtores rurais brasileiros competem com os agricultores da Europa, Estados Unidos e também da Argentina. Segundo o senador, nos países europeus, principalmente, mas igualmente nos Estados Unidos, o setor agrícola recebe enormes subsídios e perdão de seus débitos.- O presidente Fernando Henrique tem mostrado sensibilidade em relação à agricultura, mas a verdade é que os problemas do homem do campo vêm de longe e estão se agravando - afirmou Iris.Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse que o governo tem sido sensível mas precisa preocupar-se mais com o campo. Também em aparte, o senador Leomar Quintanilha (PPB-TO) recordou declaração de um presidente do Banco do Brasil segundo a qual "nem plantando maconha" os agricultores conseguiriam pagar seus débitos.Já o senador Ademir Andrade (PSB-PA) afirmou que a imprensa está fazendo julgamento errado do movimento pelo desconto da dívida agrícola, como se os devedores fossem receber tratamento privilegiado.- Por que a imprensa não criticou a ajuda dada aos bancos por meio do Proer ? Eles batem em quem sustenta a balança comercial, mas não nos bancos nacionais e internacionais, talvez porque os banqueiros gastem mais em propaganda que os agricultores - afirmou Ademir Andrade.O senador Pedro Simon (PMDB-RS) alertou para a necessidade de ampla negociação de modo a evitar o confronto entre o governo, os produtores e os parlamentares favoráveis ao desconto da dívida. De acordo com Simon, especula-se que o governo vetaria lei autorizando a redução dos débitos, o que poderia gerar reação no Congresso.

13/08/1999

Agência Senado


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