Itamar critica afirmações de Guido Mantega
Em comunicação de liderança, o senador Itamar Franco (PPS-MG) refutou, nesta quarta-feira (4), afirmação feita pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, em depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no dia anterior. O parlamentar discordou da declaração do ministro de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não deu continuidade à política econômica do governo de Fernando Henrique Cardoso".
Itamar Franco disse que, apesar de não ter atribuição de defender o governo Fernando Henrique Cardoso, não era possível ficar calado diante da afirmação do ministro. De acordo com o senador, é preciso defender os governos exercidos em momentos difíceis.
- Cada um de nós fez o que era possível à sua época. Acreditar novamente que o presidente Lula inventou o Brasil, que nunca antes se fez nada neste país, não é uma verdade - afirmou Itamar, para quem "ninguém reconhece o que outros governos fizeram".
O representante de Minas Gerais ironizou comentário do ministro de que a inflação seria um "bom problema" para o país.
- No meu tempo, não era - comentou Itamar, que promoveu a implantação do Plano Real quando era presidente da República.
Itamar Franco ainda assinalou "três reveladores atos falhos" que teriam sido cometidos pelo ministro. O primeiro seria a afirmação de Mantega de que "o governo é sócio da Vale" para justificar uma interferência na escolha do novo presidente da mineradora.
- Quem é sócio é o estado, não o governo. Esta fala confirma a pretensão do partido do governo de privatizar para si o estado brasileiro - afirmou Itamar Franco.
Segundo Itamar, o ministro também afirmou que o presidente Lula poderia ter retaliado a Vale. Para o senador, a declaração traduz "pensamento totalmente totalitário que revela a confusão intencional que este governo faz do significado de estado, nação e governo".
Por fim, Itamar criticou o ministro por não ter dito por que não era possível cortar despesas em 2010, embora, a seu ver, "todos saibam ser um motivo totalmente eleitoral". Os gastos governamentais excessivos em 2010, na visão do senador, seriam a razão da inflação em 2011.
04/05/2011
Agência Senado
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