Itamar Franco responde à 'Folha de S. Paulo' e nega monitoramento de políticos durante seu governo
O senador Itamar Franco (PPS-MG) respondeu em discurso nesta quinta-feira (14), no Plenário, à matéria "Aeronáutica monitorou políticos depois da ditadura", do jornal Folha de S. Paulo. Em reportagem publicada nessa quarta-feira (13), o jornal afirma que a Aeronáutica monitorou políticos, partidos e organizações de esquerda entre os anos de 1985 e 1994, período que corresponde aos governos de José Sarney, Fernando Collor e Itamar Franco.
- Depois de analisar os mesmos documentos a que o jornal teve acesso, posso garantir que, pelo menos em relação ao período em que fui presidente, a manchete da matéria é, no mínimo, equivocada - afirmou Itamar Franco.
O senador disse que os documentos mostram que nenhum político foi monitorado pelas Forças Armadas. Segundo Itamar Franco, dois de seus ministros foram apenas mencionados em informes da Aeronáutica, que nem por isso os monitorava, como a qualquer outro político: Antônio Houaiss (1915-1999), então ministro da Cultura, e Fernando Henrique Cardoso, que era ministro da Fazenda e o sucedeu na Presidência da República.
- Respeito muito a liberdade de imprensa. Mas nossa sugestão é que a Folha de S. Paulo procure interpretar corretamente os documentos a que teve acesso - disse o senador, negando que a Aeronáutica tenha investigado FHC durante seu governo.
Itamar Franco ainda declarou ter consultado sobre o tema o tenente-brigadeiro-do-ar Lélio Lobo, que foi seu ministro da Aeronáutica. O senador apresentou declaração do ex-ministro da Aeronáutica em que este afirma jamais ter recebido qualquer tipo de solicitação de monitoramento do então presidente Itamar Franco, e que nunca autorizou qualquer serviço nesse sentido.
O senador mineiro disse que teve de assinar um documento se comprometendo a não divulgar o conteúdo dos papéis a que teve acesso. Por isso, passou o CD com as informações obtidas para a Mesa do Senado.
14/04/2011
Agência Senado
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