Jader afirma que campanha contra ele compromete o Senado



O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), protestou contra o que qualificou de contínua campanha de difamação de que estaria sendo vítima, por parte de políticos e de órgãos de imprensa, mesmo depois de ter assumido a Presidência do Senado.

- Agora estou sendo chamado de grileiro. Essa campanha já está comprometendo a própria instituição, apesar do equilíbrio que tenho procurado manter, justamente para defender os interesses do Senado - disse.

Jader lamentou que o Brasil não tenha memória, dizendo que o país está presenciando "uma réplica da história da velha prostituta, que agora prega castidade", aludindo às denúncias que o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) vem apresentando sobre corrupção no governo federal e em relação ao próprio presidente do Senado.

O senador considera ser hora de passar da fase das denúncias para a da apuração dos fatos e de responsabilização dos culpados. Ele anunciou que assinará o pedido de instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), apesar de estar incluído, pessoalmente, em um dos itens a serem investigados: as irregularidades no Banco do Estado do Pará, que ele considera "uma denúncia velha, de 17 anos", durante os quais nunca foi chamado a depor ou a se explicar.

A título de contribuição para tornar o requerimento de CPI mais completo, como afirmou, Jader apresentou proposta para incluir, no item relativo à empreiteira baiana OAS, o processo 95.0100045-1, tendo como objeto a apreensão de documentos em poder de José Raul Sena Gigante, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, bem como as contas fantasmas do Citibank de Salvador abertas por pessoas fictícias, "Hugo Tavares Freire Filho ou Heloísa Goes Freire". Em relação à investigação sobre fraude em incentivos fiscais, Jader sugeriu a inclusão de todas os programas governamentais que se beneficiam de renúncia fiscal.

Pasta rosa

O presidente do Senado propôs, ainda, a apuração do episódio conhecido como "pasta cor-de-rosa", bem como as vinculações do senador Antonio Carlos Magalhães com o Banco Econômico, por meio de doações no valor de US$ 1,1 milhão e remessas ilegais para paraísos fiscais. Ele também quer apurar desvios de recursos públicos do Fundo de Amparo do Trabalhador (FAT) e superfaturamento em suprimento de energia proveniente da usina nuclear Angra II.

A figura de linguagem de Jader com referências às prostitutas foi criticada pelos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Marina Silva (PT-AC), para quem aquela categoria merecia um pedido de desculpas formal por parte do presidente do Senado. A senadora Heloísa Helena (PT-AL) lembrou que o próprio Antonio Carlos também já se valeu de comparações ofensivas às prostitutas, devendo também pedir desculpas.

21/03/2001

Agência Senado


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