Jader julga Jader. Tudo é permitido neste Senado



Jader julga Jader. Tudo é permitido neste Senado Senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse que a nomeação de ex-presidente do Senado é uma “provocação barata”. PMDB nomeou Jader Barbalho como titular da comissão do Senado que avaliará as denúncias contra ele. Na prática ele votará no próprio processo que formalizou à CCJ. O ex-presidente do Senado Jader Barbalho (PMDB-PA) vai assumir a vaga deixada pelo senador Pedro Ubirajara (PMDB-MS) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania(CCJ) da Casa. Ubirajara era suplente de Ramez Tebet (PMDB-MS), que reassumiu sua cadeira no Senado na quinta-feira passada. No início da sessão de ontem, o vice-presidente do Senado, Edison Lobão (PFL-NIA), leu comunicado do líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros (AL), informando que Jader é o novo integrante da comissão. Jader renunciou à presidência do Senado no dia 13 de setembro. Ele está sendo investigado pelo Conselho de Ética da Casa pelas acusações de ter se beneficiado de desvio de recurso do Banpará e de participação na emissão irregular de TDAs (Títulos da Dívida Agrária). Renúncia garante impunidade. O ex-presidente do Senado Jader Barbalho pode vir a ser o último parlamentar que conseguirá se livrar da cassação renunciando ao mandato. Os senadores Osmar Dias (PDT-PR) e Antero Paes de Barros (sem partido-PR) informaram ontem que vão propor mudanças no dispositivo constitucional que livra da punição o deputado ou senador, alvos de investigação por quebra do decoro, que renunciarem antes da instalação do processo. A alteração não será aprovada a tempo de atingir o ex-presidente. Ele terá que renunciar antes da abertura do processo no Conselho de Ética, que deverá ser em outubro. A mesma saída de Jader foi utilizada pelo ex-presidente do Senado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e pelo ex-líder do governo José Roberto Arruda (PSDB-DF). A idéia de Osmar Dias e Antero de Barros é a de propor o prosseguimento do processo no Conselho de Ética, mesmo se o parlamentar renunciar ao mandato. Se a acusação for confirmada, ele ficaria inelegível por quatro anos. Paulo Maluf nao convence juiz. O juiz federal Erik Gramstrup, do Tribunal Regional Federal de São Paulo, indeferiu ontem a tentativa do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) de impedir a quebra de seu sigilo bancário decretada pelo juiz Fernando Moreira Gonçalves, da 8ª Vara Criminal Federal. No dia 15, Gonçalves decretou a quebra do sigilo de Maluf e de seus familiares em todo o território nacional, a pedido do Ministério Público Federal, que investiga supostas contas do ex-prefeito em paraísos fiscais. Advogados de Maluf entraram com mandado de segurança, alegando que os familiares do ex-prefeito não são réus na ação penal que apura suposta fraude no pagamento de precatórios judiciais e que o princípio da ampla defesa estaria sendo negado a Maluf e sua família. O juiz federal Erik Gramstrup afirmou que o direito à intimidade e à vida privada "comporta exceções", principalmente quando envolve processos de quebra de sigilo em crimes contra o sistema financeiro, contra a administração pública e em casos de lavagem de dinheiro e ocultação de valores. Senador nega que fez dossiê da vingança. O senador Jader Barbalho (PMDB-PA) começou a preparar sua defesa, confiante de que seu pedido para ser ouvido mais uma vez no Conselho de Ética será aceito na quarta-feira na Comissão de Constituição e justiça. Jader preferiu não comentar ontem quais serão suas linhas de defesa, caso seu pedido seja aceito. "Estou embarcando para Brasília e vou me reunir com assessores para organizar minha defesa", disse. O pedido de parecer da CCJ foi considerado mais uma manobra realizada pelo PMDB para tentar adiar a votação do relatório dos senadores Jefferson Péres (PDT-AM) e Romeu Tuma (PFL-SP) que indica a abertura do processo de cassação. O relatório aponta indícios de envolvimento de Jader nos desvios de aplicações financeiras do Banpará. Jader reafirmou ontem que desconhece qualquer estrégia de seus aliados para adiar a votação no Conselho de Ética. "Minha expectativa é de que o relatório não seja aprovado pois não há provas contra mim", afirmou. Ele negou que já tenha dossiês com denúncias envolvendo outros grupos políticos como vingança, caso o relatório pedindo a cassação seja aprovado no Senado. Fogaça pode deixar a política e sair do PMDB A crise provoca reações entre peemedebistas históricos e dissidentes. Alceu Moreira diz que Britto” é um fanático”. Depois da derrota na eleição para a presidência do Senado e da possível debandada de oito integrantes do PMDB gaúcho, o senador José Fogaça começa a cogitar a saída do partido e o abandono da vida parlamentar. Fogaça deixou claro que ainda não definiu sua posição, mas reconhece que passa por um período de reflexão. "Sofri uma notória contrariedade política na disputa pelo Senado, mas não quero tomar uma decisão baseado em um fato isolado". A ida de companheiros como Antônio Britto, ex-governador do Estado, e Nelson Proença, deputado federal, para o PPS também influi. "Sempre achei que sair do partido não deveria ser cogitado, mas agora tenho que pensar no assunto". Se quiser concorrer à reeleição para senador, o tempo de reflexão de Fogaça deve ser curto. Os parlamentares têm até 5 de outubro para formalizar a troca de legenda. Entretanto, essa não parece ser sua principal preocupação. "Pretendo continuar na vida pública, mas posso me afastar da vida parlamentar". Caso Fogaça desista da cadeira no Senado, uma possibilidade é que passe a dedicar-se a atividades políticas internas em um partido, como a formação de quadros ou escrevendo documentos para a formação de intelectuais. Bernardi ganha e fala do seu projeto para o estado Candidato do PPB é o primeiro a ser indicado para disputar o governo do estado na eleição de 2002 no Rio Grande do Sul Celso Bernardi foi apresentado ontem à imprensa como o primeiro candidato ao governo do estado em 2002. Vencedor das prévias do PPB que indicaram o candidato do partido, ele obteve, 90% dos votos nos 495 municípios onde se realizou a apuração, totalizando 37.232 votos e um percentual de 78,87%. O deputado federal Fetter Júnior fez 20,26% da preferência dos eleitores, o que representou 9.564 votos. Outro vitorioso nas prévias do PPB, foi o ex-deputado Hugo Mardini, eleito presidente do diretório municipal de Porto Alegre com 376 votos. Caio Graco recebeu 188 votos. Em tom de campanha, Bernardi adiantou que vai trabalhar em um projeto apoiado em dois pilares: educação e saúde. Editorial Tom menos beligerante Ao mesmo tempo em que são unânimes as opiniões de que é preciso combater e isolar o terrorismo - não fazê-lo seria estimular a sua continuidade - vozes menos beligerantes começam a se contrapor às declarações do presidente americano: "Mostraremos que somos a mais forte nação do mundo"; "Usaremos todas as armas de guerra para esmagar o terrorismo", disse Bush. Os aliados moderaram o tom. Jacques Chirac, presidente da França, declarou: "Não sei se deveríamos usar o termo guerra". Hosni Mubarak, presidente do Egito, foi mais dramático: implorou para que os Estados Unidos não iniciassem ações militares, pois além disso significar a morte de civis, levaria a uma divisão entre muçulmanos e cristãos, comprometendo a política externa dos Estados Unidos no mundo árabe. O jornal inglês The Guardian disse, em sua edição de ontem, que os especialistas prevêem um número alto de mortes entre as forças estrangeiras envolvidas numa eventual guerra contra o Taleban. Segundo eles, ao contrário das campanhas no Iraque e no Kosovo, a guerra não terá ênfase em ataques aéreos, mas em "contato físico" contra guerrilheiros fanáticos, que conhecem tremendamente bem o terreno. Ninguém sabe se o governo norte-americano está preparado para o impacto que "sacos de cadáveres" teriam sobre a opinião pública. Nesta hora, vale lembrar o filósofo alemão Friedrich Nietzche: 'Ao combater uma monstruosidade, temos de ter cuidado para não virarmos monstros." Topo da página

09/25/2001


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