Jairo Carneiro diz que revolta contra PT motivou falsas acusações



O ex-tesoureiro do PT, Jairo Carneiro, negou em depoimento à CPI da Segurança Pública, nesta terça-feira, dia 26 de junho, o conteúdo da fita cassete gravada por quatro jornalistas, onde ele teria relacionado o dinheiro do jogo do bicho com a campanha de Olívio Dutra ao governo do Estado e com a compra da sede do estadual do PT. Carneiro afirmou que a gravação não foi autorizada e que as declarações feitas por ele foram fruto de sua revolta com o PT, em função de seu desligamento do partido. O ex-tesoureiro foi expulso do PT depois que uma sindicância comprovou que ele desviou recursos do partido. Segundo o ex-dirigente, a fita gravada pelos jornalistas foi entregue ao presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Jair Krischke, à sua revelia. O líder do governo na Assembléia Legislativa, Ivar Pavan (PT), classificou a CPI da Segurança Pública de CPI das leviandades. “A irresponsabilidade foi coroada pela promessa do presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos de apresentar testemunha, ligando o Governo e o PT à contravenção. O que conseguiram foi escancarar uma armação, que esta sim, precisa ser melhor esclarecida”, assinalou Pavan, que está convencido que a intenção da CPI não é buscar a verdade, mas constranger e atacar o Governo. Na opinião de Pavan, a CPI da Segurança está completamente perdida. “Desde o começo alertávamos para inexistência de objeto de investigação. Até o momento, o resultado de mais de dois meses de trabalho foi um desfile de testemunhas que relatam boatos de corredor, mas não apresentam provas”, criticou. Para o parlamentar, a comissão coleciona depoimentos de pessoas que tiveram interesses pessoais ou corporativos contrariados ou estão descontentes com a política de segurança em curso no Rio Grande do Sul ou com o PT. “É inadmissível que, depois de 60 dias de sua instalação, a CPI se concentre na investigação de insinuações e leviandades, garantindo alguns minutos de fama para algumas personalidades. E, a partir da próxima semana, irá entrar em férias”, lembrou. Autocrítica pública- O deputado Ronaldo Zülke disse que espera que o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos faça uma autocrítica pública diante do povo gaúcho. “Jair Krischke ligou o Governo e o PT com a máfia italiana e não provou; depois prometeu uma testemunha bomba que iria comprovar que bicheiros teriam doado dinheiro para o PT e a testemunha o desmentiu. Ou seja, até o momento não apresentou nada concreto e verdadeiro que justifique investigação por parte de uma CPI”. O deputado acrescentou que a CPI e a Assembléia não podem se prestar aos setores que têm interesses muito claros de atacar o Governo e o PT. “Como a Comissão constatou que vários problemas relacionados à segurança pública são históricos e estão sendo enfrentados por este Governo, optou pela leviandade. Um exemplo são os quatorze delegados que foram chamados. Deste total, dez negaram ter ouvido o ex-chefe de Polícia, Luis Fernando Tubino relacionar o jogo do bicho com o Governo. O próprio Tubino negou isto, mas a CPI não desistiu deste tema”. O deputado reafirmou que o Governo tem tido iniciativas para legalizar algumas modalidade de jogos para poder fiscalizar e impedir a lavagem de dinheiro e a corrupção existentes em torno desta atividade ilegal.

06/26/2001


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