Jarbas destaca relação “civilizada” com Coelho







Jarbas destaca relação “civilizada” com Coelho

PETROLINA - Em seu segundo dia de visitas ao Sertão do Francisco, o governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) se encontra hoje, no centro de Convenções Senador Nilo Coelho, com o prefeito de Petrolina, Fernando Bezerrra Coelho(PPS). Os dois vão assinar convênios para conclusão da Estrada da Tapera e a revitalização do Parque Municipal Josepha Coelho. Diante a crise instalada no PPS, tendo Bezerra Coelho como uma das figuras-chaves, o governador descartou especulações de que poderá ocorrer uma reaproximação política entre ele e o prefeito.

O governador disse que não viajou ao Sertão para “misturar as coisas”. "Vou assinar convênios importantes em parceria com o município, longe de utilizar essas ações ou até mesmo recursos públicos para fazer alianças. Petrolina é grande e importante para que isso seja usado como moeda de troca”, argumentou, salientando que “jamais faria isso em quaisquer circunstâncias”.

“Se o PPS está debilitado, com tantos problemas, é algo que diz respeito aos seus integrantes. Não pertenço ao PPS e quero ter convivência civilizada e respeito com o prefeito”, observou Jarbas. Ele acrescentou que um dos convênios que assinará hoje – o da Estrada da Tapera, cuja obra custará R$ 2 milhões –, era para ter sido feita na gestão passada, o que não ocorrer por falta de recursos.

Integrando a comitiva, o secretário de Recursos Hídricos e deputado estadual (licenciado) pelo PFL, Cyro Coelho (PFL), primo legítimo e adversário político de Bezerra Coelho, afirmou que “as portas estão abertas” para qualquer um que venha somar na aliança governista em Pernambuco. No entanto, ao se referir ao primo, lembrou que o que há são especulações.
“Desde que faço parte do Governo, acompanho o compromisso de Jarbas com os municípios do interior, independentemente de que sejam administrados por aliados. A prova é tanta que o governador tem contribuido com o prefeito do Recife, João Paulo, que é do PT, e outros do PSB e PPS”, ressaltou.


Protesto provoca desabafo do governador
Ao iniciar ontem a maratona de visitas pelo Sertão do São Francisco, a primeira parada do governador Jarbas Vasconcelos(PMDB) foi em Santa Maria da Boa Vista, para inaugurar o asfalto do projeto Manoel Fulgêncio, em parceria com a Chesf. Em um palco montado na Vila Caraíbas, ao lado da BR-428, Jarbas falou para centenas de pessoas e acabou surpreendendo o público. Ele interrompeu o discurso para protestar contra um grupo de mulheres que levou uma faixa cobrando a construção da estrada PE-555, ligando o distrito de Urimamã ao município de Parnamirim.

O governador fez o desabafo ao perceber o conteúdo final da faixa, insinuando que “só falta vontade política” para construção da estrada. “É injusto sustentar uma faixa dessas na frente de um governador que tem feito tantas estradas no interior. Se essa (a PE-555) não foi feita até o momento, foi simplesmente por falta de recursos”, reclamou.
Jarbas ainda reconheceu a importância da rodovia, lembrando que não só vai diminuir distâncias, como valorizar os agricultores e trazer resultados econômicos para a região.

O governador disse ainda que se não houvesse vontade política do seu Governo, não estaria entregando obras e assinando novas ordens de serviços no Sertão. Depois de demonstrar irritação com o protesto, ele retomou o discurso e, ao final, assinou com o prefeito de Santa Maria da Boa Vista, Rogério Júnior (PMDB), a ordem de serviços para a conclusão da Estrada da Uva e do Vinho, ligando o distrito de Vermelhos (Lagoa Grande) a Santa Maria.

A solenidade ocorreu no palanque superlotado, com a presença do secretário de Recursos Hídricos, Cyro Coelho, do presidente regional do PMDB, Dorany Sampaio, deputado federal Osvaldo Coelho(PFL) e deputados estaduais Geraldo Coelho(PFL) e Diniz Cavalcanti(PMDB), além de prefeitos e vereadores aliados da região do São Francisco.


Nas entrevistas, novos torpedos conatra o rival Itamar Franco
Após inaugurar o sistema adutor da comunidade de Cristália, na zona rural de Petrolina, em parceria com a Codevasf, Jarbas Vasconcelos voltou a alfinetar o rival Itamar Franco (PMDB-MG), que havia criticado a articulação do governador pernambucano com os colegas Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Roseana Sarney (PFL-MA), visando à unidade dos partidos governistas em 2002. “Itamar não tem nada a ver com isso, até porque ele é de oposição. O inusitado teria sido se ele (Itamar) tivesse elogiado nossa reunião”, disse.

Depois da inauguração, o governador seguiu para Petrolina, onde almoçou na residência da empresária Patrícia Coelho, filha do deputado federal Osvaldo Coelho (PFL). À noite, em Lagoa Grande, ele participou da abertura da 2ª Festa da Uva e do Vinho, com o prefeito Jorge Garziera (PMDB).


Petistas procuram agora suavizar relação com PPS
A insinuação de que o PT estaria de “salto alto” e a sugestão de tirar a legenda do foco das negociações do PPS, apresentada pelo deputado Ranilson Ramos (PPS), foi ignorada pelo diretório petista. Num sinal de que o partido quer colocar mais panos mornos para evitar uma nova briga com o PPS, o presidente da Câmara Municipal do Recife, o petista Dilson Peixoto, preferiu responder às declarações de Ranilson evidenciando a falta de respaldo dessas colocações entre os pós-comunistas. Acrescentou, ainda, que está satisfeito com a receptividade do novo presidente regional do PPS, Byron Sarinho, e do presidente nacional, senador Roberto Freire, nas primeiras conversas sobre a aliança.

“Não vou bater boca com um sujeito que não tem representatividade dentro do seu próprio partido. Tenho mantido bons contatos com Byron e Freire, e vou tentar preservar isso. Não interessa ao PT ficar alimentando esse tipo de opinião menor”, afirmou Dilson Peixoto.
O secretário municipal de Saúde, Humberto Costa – potencial candidato petista ao Governo do Estado –, também isolou a postura de Ranilson e adiantou que aguardará o sinal do comando de articulação do PPS para iniciar a próxima rodada de negociações. “Respeito o deputado, mas considero sua declaração de caráter meramente individual, não reflete a vontade do partido. O PT vai esperar a poeira baixar dentro do PPS para, só então, voltar a discutir essa parceria que, ao contrário do negativismo de uns, será construída.”

O novo presidente regional do PPS, Byron Sarinho, acatou a “preferência” de Ranilson, mas frisou que nenhuma sigla do campo das oposições deixará de ser procurada pelos pós-comunistas para tentar firmar o sonhado palanque único em 2002. Byron afastou, ainda, qualquer abalo na relação entre PPS e PT – que já não era muito amistosa –, depois da troca de farpas protagonizada por integrantes dos dois partidos.


Relatório pede cassação do senador Luiz Otávio
A senadora Heloísa Helena recomenda a cassação do colega paraense por quebra de decoro parlamentar. A votação do relatório no Conselho de Ética seria ontem, mas foi adiada para a próxima quinta-feira


BRASÍLIA – A senadora Heloísa Helena (PT-AL) apresentou ontem ao Conselho de Ética do Senado relatório recomendando abertura de processo por quebra de decoro contra o senador Luiz Otávio (PPB-PA), por suposto envolvimento em crime contra o sistema financeiro cometido em 1992.
A votação do relatório ficou para a próxima quinta-feira, pois o senador Jéfferson Peres (PDT-AM) pediu vista (prazo para análise) do relatório. Se for aprovado, será submetido à Mesa Diretora do Senado, a quem cabe arquivar a denúncia ou propor ao conselho representação contra Luiz Otávio.

O paraense foi indiciado em inquérito aberto pela Polícia Federal em 99 para apurar o desvio d e cerca de R$ 15 milhões liberados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em um contrato com a empresa Rodomar, de propriedade da família do senador, para a construção de 13 balsas.
Segundo a PF, as balsas nunca foram construídas, mas Luiz Otávio, então gerente da empresa, assinou notas fiscais falsas emitidas pelos Estaleiros Bacia Amazônia S/A (Ebal) atestando o seu recebimento.

O Ministério Público Federal encaminhou o inquérito policial ao Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por processar criminalmente os senadores, mediante licença do Senado. Luiz Otávio foi eleito senador para o período de 1999 a 2007.
Heloísa Helena defendeu que o senador seja processado por quebra de decoro embora os fatos tenham ocorrido antes do seu mandato, o que aparentemente contraria a Constituição. Ela citou parecer de Jéfferson Peres, segundo o qual “fatos anteriores ao mandato podem ferir a dignidade da instituição e, por isso, suscitar punição”.

A denúncia contra Luiz Otávio foi apresentada ao Conselho de Ética em fevereiro de 2000 pelo militar da reserva Abílio Teixeira Filho, morador de Brasília. O conselho ouviu o paraense duas vezes, policiais federais e ex-servidores do Banco do Brasil. Mas o caso ficou em segundo plano, por causa dos escândalos que resultaram na cassação do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF) e, posteriormente, na renúncia dos ex-senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), José Roberto Arruda (PFL-DF) e Jáder Barbalho (PMDB-PA).
Por enquanto, não há pressão da opinião pública para que o Senado puna o paraense. E, entre os senadores, não há mobilização para aprovar o relatório. Reservadamente, alguns afirmam que estão cansados de investigar colegas.
Por isso, é difícil prever o desfecho. “O caso está tão pouco interessante que os senadores nem conversam sobre ele”, afirmou Peres.


Garotinho recua nas acusações a Benedita
RIO – O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), recuou ontem nas acusações contra a vice-governadora Benedita da Silva (PT), depois que ela decidiu questioná-lo judicialmente. Na véspera, ele dissera que Benedita havia participado do desvio de R$ 500 mil que teriam sido doados para um programa social do Estado.
O recuo de Garotinho foi feito não por uma retratação formal, mas por meio de uma entrevista de seu secretário-executivo do Governo, Luiz Rogério Gonçalves Magalhães. Garotinho preferiu não falar mais sobre o assunto ontem.

Os ataques de Garotinho a Benedita aconteceram um dia depois que ela anunciou que vai assumir o Governo em abril de 2002, quando ele promete deixar o cargo para concorrer à Presidência da República. Benedita disse também que pretende disputar a sucessão estadual.
O PT é o principal inimigo das pretensões de Garotinho, segundo avaliação expressa por sua mulher, Rosinha Matheus, em uma reunião de lideranças do PSB. Assumindo o Governo do Rio, os petistas criam um palanque privilegiado para o seu candidato presidencial, além de propiciarem a Benedita uma visibilidade eleitoral em todo o Estado.

Magalhães disse que não há indícios nem acusações de que Benedita tenha desviado o dinheiro, que teria sido doado em 1999 pela Credicard diretamente para a Ação da Cidadania, ONG que na época havia sido contratada pelo governo para implantar um restaurante popular na cidade. A Credicard, por meio de seu diretor de relações corporativas, Marcelo Alonso, nega que tenha feito essa doação para a Ação da Cidadania.
Ao falar que a empresa doadora seria a Credicard, Magalhães corrigiu outra informação dada por Garotinho na véspera, de que a doação teria vindo da empresa de telefonia Telemar.

Depois de saber que Garotinho havia recuado em suas acusações, Benedita disse que isso ainda era insuficiente e que espera “uma retratação pública” do governador. Ela vai manter a interpelação judicial para que o governador apresente provas das denúncias.
Antes da entrevista do secretário, Benedita declarou que seu choque com o governador se restringia às questões políticas e não tinha conotações religiosas – ambos são evangélicos


Walfrêdo Siqueira ganha perfil parlamentar
O jornalista Ivanildo Sampaio, Diretor de Redação do JC, entregou ontem ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Romário Dias (PFL), os originais do 17º livro do projeto Perfil Parlamentar Século XX, com a biografia do fazendeiro, pecuarista, industrial do algodão e homem público Walfrêdo Paulino de Siqueira, detentor de três mandatos nas décadas de 50 e 60. Em 1964, Walfrêdo Siqueira tornou-se presidente da Assembléia. Passou, então, a ser governador interino, no caso de substituição do vice-governador Paulo Guerra, que havia assumido o Executivo após a deposição de Miguel Arraes. No livro, Ivanildo Sampaio descreve o parlamentar como um aluno nato da escola do PSD, que teve como professores Agamenon Magalhães, Etelvino Lins e João Roma, e “um homem predestinado para a política”. Os três primeiros exemplares da projeto Perfil Parlamentar, com as biografias de Agamenon, Estácio Coimbra e Paulo Cavalcanti, serão lançados no próximo dia 31, às 18h, no salão nobre do Legislativo estadual.


Artigos

Viva la Muerte
JOSÉ PAULO CAVALCANTI FILHO

“Alguma pergunta?” Naquele tempo William Rogers, o autor desta frase, era secretário de Estado do Governo Nixon. Ainda não se falava em Watergate. E Nova Iorque era, para os estudantes da platéia, apenas arredores do Greenwich Village. Com o piano de Thelonious Monk e o piston de Miles Davis, todas as noites, no Village Gate. Ano passado voltei lá e encontrei só escombros. Ruínas do passado, literalmente.

O auditório do American Council for Latin América, na 5ª Avenida, estava lotado. A conferência se dava logo após a invasão da República Dominicana, por marines. Para entender o episódio, basta considerar que esse país faz fronteira com o Haiti – donde se chega a Cuba nadando. E a explicação do Secretário era a de que os Estados Unidos apenas atendiam a uma reivindicação do povo dominicano, tudo podia ser resumido nessa idéia.

Por isso, quando a conferência encerrou com o clássico “alguma pergunta?”, perguntei: “qual o instituto de pesquisa?” Mr. Rogers falou qualquer coisa como “que história é essa de instituto de pesquisa?” Esclareci. Dizendo que ele, certamente, deveria ter recorrido a algum para saber, com tanta certeza, o que queria o povo dominicano. Não deve ter gostado. Porque fez cara feia, juntou seus papéis e foi embora sem se despedir de ninguém

Penso nesse episódio ao ver a arapuca em que se vai, pouco a pouco, enredando os Estados Unidos. Com a diferença de que, naquele tempo, institutos de pesquisa eram só desculpas. Enquanto hoje o presidente W. Bush não faz nada sem ouvi-los – Aapor, Quaterly, Roper Center, Public Agenda. Deuses que não erram. Distribuidores implacáveis da justiça terrena. Césares do século 21 decidindo, a partir de interesses nem sempre generosos, quem morre e quem sobrevive. Como seus antepassados romanos.

As pesquisas recomendam declaração de guerra? Assim seja – mesmo não havendo a quem declarar essa guerra. Querem bombas? Então mais bombas, sobre Cabul e Kandahar - mesmo já não havendo o que destruir. Morte dá audiência? Então mostre-se mais uma vez, ad infinitum, os aviões caindo sobre as torres gêmeas. Mas só essas mortes. Que uma imprensa censurada nada mostra da dor afegã. Em Coram, tudo sugere, não houve sobreviventes. Multidões anônimas destroçadas, arautos evangélicos de uma estranha justiça infinita. Que matam gente tão inocente quanto a que estava naquelas torres.

O general Colin Powell se destaca, na crise. Porque pensa. É dele frase inspirada em Lin Yu-tang – “a expressão maior do poder é sua contenção". Mas o general pouco pode ante a força devastadora dos institutos de pesquisa. Pena. Com a obsessão pela guerra sugerindo uma evocação, tardia e desalentadora, do franquista Milan Astray – com seu lema "Viva la Muerte". Sem que haja agora alguém, com a força moral de um Unamuno, para declarar ao mundo ser esse grito “ necrófilo e insensato”.

Ruim, para os Estados Unidos, é que essa demonstração inútil de força tem preço alto. Cada vez que um americano entrar em avião da American Airlines perguntará, no íntimo, se terá chegado seu dia. Cada vez que alguém de pele morena olhar para ele, sentirá medo. Cada vez que receber uma carta, pensará em antraz. Os Estados Unidos trocam a paz que deveriam estar buscando por uma guerra em que não têm nenhuma chance de vencer. Nova marcha da insensatez. Saudade dos tempos do Village. Em que éramos inocentes. Em que o barulho da rua se dissipava na fumaça do jazz. Em que o futuro era promessa despreocupada, generosa e benfazeja.


Colunistas

Pinga-Fogo - Inaldo Sampaio

Único com chance
Jarbas Vasconcelos tem lá os seus motivos para não desejar que Itamar Franco seja o candidato do PMDB à presidência da República. O governador de Minas é, de fato, um político muito complicado. É sério, honesto, trabalhador, mas de uma instabilidade emocional a toda prova. Foi bem sucedido na presidência da República quando concluiu o mandato de Collor, mas sua passagem pelo governo de Minas está marcada por ressentimentos. Em termos de idiossincrasia, ele está para FHC assim como o governador de Pernambuco está para ele: quase todos os dias faz uma agressão.
Não obstante, é o único nome disponível hoje no PMDB para encabeçar uma chapa presidencial. O partido não o quis para presidente mas o quer como candidato ao Planalto. Tanto é verdade essa afirmação que até o senador Simon, também pré-candidato a presidente, estará hoje em Belo Horizonte para conversar com ele sobre a sucessão. Ele tinha convite do PDT, mas se resolveu ficar no PMDB é porque acredita que será o escolhido nas prévias de 20 de janeiro.
O que é inconcebível no momento é a adesão dele à tese de Jarbas: o PMDB na base governista, junto com PSDB e PFL. Isso, para ele, nem pensar. Daí porque se deve concluir que o governador de Pernambuco em 2002 é um forte candidato a dissidente.

Adutora do Pajeú
A solução definitiva para o abastecimento d’água dos municípios do Pajeú começa a sair hoje do papel. A partir das 11h, em Afogados da Ingazeira, haverá uma audiência pública para se fazer a apresentação da futura Adutora do Pajeú. Há R$ 28 milhões no OGU deste ano para a obra, que é fruto da ação política do deputado Inocêncio Oliveira. Estarão lá o diretor-geral do Dnocs Francisco Rufino e o diretor regional Charles Jurubeba.

Orçamento 1
O vice-prefeito Luciano Siqueira representou João Paulo, em Brasília, na reunião com a bancada federal,em que se definiu as emendas coletivas ao OGU de 2002. Segundo ele, o Recife nem ganhou e nem perdeu com a ausência do prefeito. Os R$ 11 milhões com que a cidade foi contemplada estão dentro da “média histórica” dos anos anteriores.

Orçamento 2
Na reunião da bancada federal, Batata (PSDB) desentendeu-se com Sérgio Guerra por causa da substituição de uma emenda. A troca havia sido negociada com Inocêncio Oliveira, mas o secretário não sabia e mandou desfazê-la imediatamente. Como Batata tinha mágoa dele de outros carnavais, só não o agrediu por causa da turma do “deixa disso”.

Quidute desiste de 2002 para investir em 2004
O ex-prefeito de Garanhuns, Bartoleu Quidute, desistiu de ser candidato a deputado. Irá apoiar Izaías Régis (PSB), presidente da Associação Comercial. Em troca, receberá o apoio dele para disputar a prefeitura em 2004.

Aécio retribuirá jantar oferecido pelo pepebista
Próxima 4ª, dia 24, Pedro Corrêa (PPB) jantará com Aécio Neves na residência oficial do presidente da Câmara. Trata-se de uma retribuição de gentileza. Terça-feira da semana passada, o neto de Tancredo jantou na casa dele.

Pena disciplinar
Por determinação do coronel Vaz, chefe do estado-maior da Polícia Militar, o capitão Alberto Feitosa está respondendo a IPM. O encarregado do inquérito é o coronel Rafael Barbosa. Feitosa não está sendo processado por ter liderado a greve de 97 e sim por ter chamado o comandante Iran Pereira de “covarde e fraco”.

Face dupla
Do ex-governador Antonio Britto (RS) sobre a reunião de Tasso, Roseana e Jarbas, em Brasília, para debater a sucessão: “O Tasso mostrou para o PSDB a força que tem fora e o Jarbas provou ao Brasil que existem dois PMDBs, um que está desembarcando do governo e outro que está permanecendo”.

Apesar da queda na arrecadação, o 13º salário dos servidores públicos estaduais está garantido. A promessa é de Maurício Romão (administração). Segundo ele, “à custa de muito sacrifício” o Estado está fazendo a provisão mensal, que não pesaria tanto na folha de pagamento se não tivesse havido greve na Fazenda.

Recém filiada ao PSDB, a deputada Malba Lucena (ex-PPB) começa a ter os seus pleitos atendidos pelo Palácio do Campo das Princesas. Ontem, o Diário Oficial publicou o ato de nomeação da suplente de vereadora Shirley Lucena, filha da parlamentar, para um cargo em comissão na Secretaria de Projetos Especiais.

João Paulo conversou ontem por telefone com Luciano Siqueira sobre a campanha de marketing da prefeitura, que irá ao ar a partir de domingo, e as emendas ao OGU. Correção na coluna de ontem: ele não tem dois filhos estudando na França, mas apenas um. O que não invalida o espírito da nota.

A briga do PSB com o PT do Rio poderá ter desdobramentos em 2002. Arraes está ao lado de Garotinho, que inicialmente rompeu com Brizola e acaba de romper também com a vice-governadora Benedita da Silva (PT). Para refrescar a memória dos esquecidos, quando de sua última visita ao Recife Lula (pela 1ª vez) não visitou o ex-governador.


Editorial

Visão metropolitana

Obras viárias urbanas, transporte urbano de massa, trânsito, todas essas questões estão intimamente interligadas. O projeto que municipaliza a administração do trânsito no Recife, os referentes ao transporte alternativo, os da Linha Verde Metropolitana (que abordamos recentemente) e de outras obras programadas para restituir a mobilidade aos habitantes do Recife e sua Região Metropolitana (RMR) têm tudo a ver uns com os outros e se complementam numa perspectiva de progresso e mais civilização. Como lembra o secretário de Serviços Públicos do Recife, José Ailton de Lima, em artigo neste Jornal do Commercio: “Os sistemas de transporte público são fundamentais em qualquer estratégia de desenvolvimento social e econômico das cidades e regiões metropolitanas. Nessas regiões, o transporte público assume um caráter de evidente essencialidade. E exigem também uma grande capacidade de integração entre os vários modos. Nesse contexto, o esforço de uma cidade-núcleo, como o Recife, deve ir muito além de pensar apenas o seu próprio transporte. Por isso, o prefeito João Paulo já determinou a necessidade de conduzir as políticas de transporte público a partir de uma visão metropolitana. Para isso, é muito importante a articulação com os demais municípios, em busca de soluções para os problemas comuns”.

Essa visão metropolitana foi certamente uma das razões para o prefeito vetar projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal, de autoria do vereador Clóvis Correia. Disse ter ouvido todas as partes interessadas na questão da regulamentação do transporte dito alternativo, chegando a uma decisão coletiva. A proposta da PCR para a questão é regulamentar o transporte alternativo como transporte complementar , numa abordagem mais ampla, levando em conta a integração com ônibus convencionais, microônibus e metrô; e abrangendo também táxis, embarcações, transporte turístico, escolar, funerário, motos, bicicletas, veículos de frete e com tração animal. As kombis e vans que fazem atualmente o transporte alternativo teriam que se integrar a esse princípio de complementaridade, atuando em linhas predeterminadas, atingindo bairros e localidades onde os ônibus não circulam e fazendo integração com o metrô e terminais periféricos de ônibus. A PCR pretende utilizar estudos elaborados pela UFPE e pela EMTU.

Uma das primeiras providências adotadas pela prefeitura, após o veto àquele projeto de lei, foi o envio à Câmara Municipal de outro projeto de lei definindo o regime jurídico do Sistema Municipal de Transportes do Recife. Por esse projeto, o município fica habilitado a gerir esse sistema, diretamente ou por intermédio de outra entidade administrativa. É a municipalização do trânsito, que, para não colidir com aquela visão metropolitana, terá que ser exercida em articulação com as demais prefeituras da RMR. Uma boa oportunidade para que os prefeitos ponham em prática seus propósitos externados por ocasião do simpósio, promovido por este jornal, há dois meses, sobre gestão metropolitana. O projeto de lei inclui tabela de multas por infrações cometidas por condutores de transporte complementar. Contrariamente ao projeto vetado de Clóvis Correia, caberia à PCR a seleção, por licitação, dos alternativos que poderiam continuar operando.

Diante da gravidade dos problemas que aqui abordamos, fazemos um apelo para que os prefeitos dos 14 municípios da RMR trabalhem realmente em conjunto na busca e adoção de soluções para os problemas regionais. A municipalização da gestão do trânsito é democrática, e pode ser positiva desde que operada em articulação metropolitana. Em alguns países desenvolvidos, não somente o trânsito urbano é administrado pelo governo municipal, mas até a polícia e outros órgãos essenciais. Uma sugestão com visão metropolitana: lotações e mesmo ônibus convencionais provenientes do Cabo, de Igarassu etc não deveriam entrar no centro do Recife e, sim, fazer integração na periferia.


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10/19/2001


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