Jarbas Vasconcelos critica proposta do PT para 'marco regulatório' da imprensa
O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) criticou a intenção, manifesta no Congresso do Partido dos Trabalhadores, de aprovar um marco regulatório para a imprensa, "com a imposição de regras que visam tão somente impedir que jornalistas exerçam seu papel democrático de fiscalizar, denunciar e defender os interesses maiores da sociedade".
O senador afirmou que tanto o PT quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram seu crescimento "fortemente ligado à liberdade de imprensa", não vendo o senador motivos para as críticas de ambos aos veículos de comunicação.
Para o representante pernambucano, "toda vez que algum malfeito petista aparece nas páginas dos jornais e das revistas, a cúpula do Partido dos Trabalhadores se apressa em ressuscitar o chamado marco regulatório da mídia, nome pomposo para um verdadeiro tribunal inquisidor da comunicação, que os petistas querem implantar no Brasil".
- Pela lógica do PT, quem deixar de rezar pela cartilha vai ser jogado na fogueira do autoritarismo petista, disfarçado de progressista e democrático - afirmou.
Para Jarbas Vasconcelos, o malfeito atual é a denúncia da revista Veja, segundo a qual o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, montou um escritório em um hotel em Brasília que funcionaria como um ministério paralelo, já que lá recebe ministros, parlamentares e outras autoridades.
- José Dirceu prefere agir, como sempre fez, nas sombras, incógnito, disfarçado, quase um personagem de filme de espionagem, ou de gângster - afirmou o senador, lembrando que o ex-ministro "é o mesmo que o procurador-geral da República acusou de ser o chefe de uma sofisticada organização criminosa, no processo do chamado mensalão".
O senador afirmou que este tipo de comportamento "não combina mais com o Brasil dos tempos atuais", como também não combina mais "qualquer tentativa de cercear a liberdade de imprensa". Para ele, já existem instrumentos disponíveis para que eventuais excessos e equívocos sejam punidos.
- É preferível uma imprensa cometendo excessos e buscando reparar seus próprios erros do que uma imprensa tutelada pelo poderoso de plantão - disse.
O senador assinalou ainda o aumento de jornalistas assassinados com relação ao exercício da profissão - cinco do ano passado para cá - e as censuras impostas veículos de comunicação, citando como "caso mais exemplar" a proibição, que já dura 766 dias, de o jornal O Estado de S. Paulo divulgar qualquer informação sobre o envolvimento empresário Fernando Sarney em acusações de tráfico de influência.
- Se absurdos como esses acontecem agora, há de se imaginar os riscos que corremos caso o tal marco regulatório do PT seja aprovado pelo Congresso Nacional. Teremos um Brasil no qual os aliados do governo serão tratados de forma diferenciada, pois não são pessoas comuns, para usar a expressão do próprio Lula em relação ao senador José Sarney - disse.
Jarbas Vasconcelos afirmou que qualquer proposta para limitar a liberdade de imprensa - um dos pilares da democracia - irá encontrar nele "um adversário ferrenho".
- Se os petistas querem ver jornalistas censurados, aconselho-os a visitar seus amigos ditadores, na Venezuela, no Equador ou em Cuba - afirmou.
05/09/2011
Agência Senado
Artigos Relacionados
Jarbas Vasconcelos apresenta emendas a marco regulatório para o gás
Jarbas Vasconcelos critica reforma tributária proposta pelo governo
Jarbas Vasconcelos critica proposta do Planalto de reajustar mínimo por decreto
Jarbas Vasconcelos aponta mudança na relação entre o PT e a imprensa
Jarbas Vasconcelos critica tentativas de instituir terceiro mandato para Lula
Lula: marco regulatório dos meios de comunicação não é censura à imprensa