Jayme Campos: hidrelétricas não podem eliminar a navegabilidade dos rios
O senador Jayme Campos (DEM-MT) sustentou em discurso nesta quinta-feira (4) que lutará para impedir que as novas hidrelétricas a serem construídas nos rios que cortam Mato Grosso e desembocam no Amazonas - como o sistema Teles Pires-Tapajós, programado para receber quatro usinas elétricas - ignorem a navegabilidade. Ele alertou que as hidrelétricas precisam de eclusas, de forma a não impedir a navegabilidade desses rios, pois eles são fundamentais para o escoamento da produção agropecuária de Mato Grosso, do Tocantins, do Pará e do Amazonas.
Jayme Campos ponderou que o custo do transporte de Mato Grosso para o porto de Santos (SP) quase inviabiliza a produção mato-grossense, pois os grãos são transportadores, por rodovias, por cerca de 1.600 quilômetros. Para ele, a construção de hidrelétricas não tem levado em consideração o potencial da navegabilidade dos rios brasileiros e há necessidade de se encontrar um ponto de equilíbrio.
- Precisamos de energia, mas, também, de nossos rios navegáveis - observou. Jayme Campos pretende levar a discussão do problema à Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), com a realização de audiências públicas.
O senador disse que a solução pode ser a construção de barragens com eclusas, que mantêm a navegabilidade. Lembrou que a hidrelétrica de Itaipu foi inaugurada em 1984 sem eclusa e, agora, está exigindo do governo cerca de R$ 1 bilhão para essa obra adicional.
04/03/2010
Agência Senado
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