Jefferson quer discutir barreiras alfandegárias da Argentina a produtos brasileiros



O senador Jefferson Péres (PDT-AM) apresentou requerimento para que a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) realize audiência pública com objetivo de debater as barreiras impostas pela Argentina às exportações brasileiras. Jefferson fez apelo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, para que reabram, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), processos que o Brasil moveu contra aquele país em razão de restrições aos têxteis e frangos, e dos quais abriu mão em nome do fortalecimento do Mercosul, e que recorram agora contra a ameaça aos eletrodomésticos brasileiros.
Ele pede para que sejam ouvidos pela CRE o embaixador Luiz Filipe de Macedo Soares Guimarães, subsecretário-geral de Assuntos da América do Sul do Itamaraty;  Maurice Costin, diretor do Departamento de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp); Paulo Saab, presidente da Eletros; Paulo Skaf, presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit); e a professora-doutora Julie Schmied-Zapata, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB). - O Brasil tem-se revelado mais que um parceiro, uma generosa mãe para os argentinos, suportando déficits no comércio bilateral desde 1995. Preferimos comprar da Argentina o mesmo trigo e o mesmo petróleo que poderíamos obter alhures a preços mais baixos. Tudo em nome do fortalecimento do bloco e do aprofundamento da integração comercial regional – disse Jefferson Péres. Este ano, pela primeira vez em uma década, observou o senador, o Brasil conta com a perspectiva de um saldo bilateral favorável ao Brasil da ordem de US$ 1 bilhão. Mas novamente, lastimou ele, o governo argentino intervém para punir a indústria brasileira pelo “crime” de ser mais moderna, produtiva e competitiva. - Resta saber se o governo do Brasil permanecerá de braços cruzados e com a cabeça nas nuvens assistindo a mais essa violação dos princípios do livre comércio oficialmente adotados pelo Mercosul, com graves prejuízos para as empresas e trabalhadores do país – disse o senador. As barreiras protecionistas da Argentina às exportações de eletrodomésticos brasileiros, alertou o senador, representarão uma queda de US$ 40 milhões nas vendas e a eliminação de cerca de mil empregos, conforme estimativa da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros).  A Argentina, informou Jefferson, é o principal destino das exportações brasileiras dos aparelhos da chamada linha branca, tendo comprado 500 mil fogões, geladeiras e lavadoras, num total de US$ 68 milhões em 2003. As previsões de venda para aquele mercado, neste ano, acrescentou, giravam em torno de US$ 102 milhões. O valor das exportações de televisores, produzidos na Zona Franca de Manaus, pulou de US$ 2,03 milhões, de janeiro a junho de 2003, para US$ 9,38 milhões no mesmo período deste ano – um crescimento de 362%. E a expectativa, ainda segundo o senador, era de exportar US$ 20 milhões até o fim de 2004.

09/07/2004

Agência Senado


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