João Durval alerta sobre risco de inflação
O senador João Durval (PDT-BA) afirmou nesta quinta-feira (5) que o controle da inflação deve ser encarado como prioridade absoluta pelo governo. Segundo o parlamentar, não é preciso ter acesso a trabalhos acadêmicos para chegar a uma conclusão sobre a importância dessa medida. Basta um olhar sobre a história do Brasil.
O parlamentar recordou que na década de 1930 a inflação andava igualmente na média anual de 6%. Esse número, na visão do Durval, leva à falsa sensação de que o problema está sob controle. Mas nos anos de 1940, continuou o senador, a média já tinha dobrado. Na década seguinte, chegou a 19%, atingindo 40% anuais nas décadas de 1960 e 1970.
– Estava preparado o terreno para a brutal inflação da década de 1980, quando a média chegou a 330% ao ano - disse o parlamentar, acrescentando que o índice foi a 1.620% em 1990 e a 2.447% em 1993.
De acordo com Durval, a inflação compromete planejamento e investimentos. Ele lembrou que, entre 1986 e 1994, o Brasil chegou a conviver com sete moedas diferentes na tentativa de controlar a alta de preços. O Plano Real, instituído em 1994 pelo presidente Itamar Franco (1992-1994), e as ações de responsabilidade fiscal praticadas pelos governos depois da estabilização da moeda foram determinantes para o controle a inflação. Apesar desses quase 20 anos de relativa estabilidade, o senador acha que não se pode relaxar a vigilância.
Com base no Relatório Focus, publicado pelo Banco Central, Durval observou que as expectativas do mercado em relação à inflação vêm subindo gradativamente. No boletim do início de agosto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) previsto para os próximos 12 meses era de 5,83%. Na semana passada, a previsão tinha subido para 5,97%, e agora já está em 6,08%. As perspectivas de crescimento do produto interno bruto (PIB) para 2013, ao contrário, caíram de 2,28%, no início de agosto, para 2,21%, na semana passada.
– Subindo a expectativa de inflação, um pouquinho de cada vez, e reduzindo a do crescimento, um pouquinho de cada vez, onde vamos parar? – questionou o parlamentar.
A cotação do dólar, que nos últimos três meses subiu 20%, agrava a situação. De qualquer forma, o senador vê como positiva a atuação "firme" do Banco Central, ao elevar os juros com o objetivo de frear a alta de preços.
– A escalada, quando toma fôlego, dificilmente é contida. Nós, brasileiros, sabemos muito bem o que significa uma inflação exagerada. Não queremos passar de novo por isso, de jeito nenhum. só resta a opção de tomar todos os cuidados possíveis para evitar a volta da carestia. Com as medidas necessárias, será possível manter a inflação sob controle – concluiu.
05/09/2013
Agência Senado
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