JOEL DE HOLLANDA PEDE CORTES NAS IMPORTAÇÕES AGRÍCOLAS BRASILEIRAS
A adoção de novasestratégias para o comércio exterior do Brasil, com cortes nas importações agrícolas,foi defendida nesta segunda-feira (18) pelo senador Joel de Hollanda (PFL-PE). Para oparlamentar, o país não pode ter as "despesas absurdas" que realizou em 1996.Naquele ano, segundo ele, foram gastos US$ 215 milhões com importação de verduras, US$244 milhões com a vinda de produtos lácteos e US$ 113 milhões com a compra de bacalhau.- Diante desse quadro, talvez ainda seja correto, nos dias de hoje, em oposição ao quepensam alguns economistas, preconizar um corte drástico nas importações para diminuir odesperdício e o déficit na balança comercial. Assim, o remédio tradicional pode ser omelhor caminho para evitar desequilíbrios mais graves em futuro não muito distante -afirmou o senador. Hollanda lembrou que alguns economistas consideram perigosa autilização desse remédio tradicional, sob o argumento de que a globalização sepultouas velhas teorias sobre o comércio internacional. Em contrapartida, citou especialistasem agricultura segundo os quais o Brasil poderá perder cerca de US$ 1,5 bilhão emreceita com exportações agrícolas, causada principalmente pela sobrevalorização dataxa de câmbio, que, ressalvou, foi agora corrigida. Segundo o senador, "a lógicado comércio internacional do Brasil ainda é toda ela baseada em uma certaimprovisação". Lembrou que "o elevado déficit em conta corrente com oexterior poderá inviabilizar o plano de sustentação econômica e levar o país a umaincontrolável recessão e a uma crise cambial de grandes dimensões". É por istoque, para ele, o Brasil precisa diminuir o peso dos alimentos em sua pauta deexportações. De acordo com os dados apresentados por Joel de Hollanda, recolhidos depublicações na mídia nacional, as importações brasileiras cresceram 180% entre 1990 e1996. No mesmo período, no entanto, as exportações aumentaram apenas 80%. - Portanto,as importações apresentaram um acréscimo de 100% líquido em relação àsexportações - destacou. Entre os exemplos apontados pelo senador estão as importaçõesde arroz, que passaram de 977 mil toneladas, em 1996, para 1,2 milhão de toneladas no anoseguinte, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Joel de Hollanda citou opresidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Dejandir Dalpasquale, paraquem "a importação de arroz não se justifica". Dados da OCB apresentados pelosenador certificam que o Brasil chegou a produzir 6 milhões de toneladas de trigo nasafra 1988/1989 - quase atingindo a auto-suficiência. No entanto, o país é hojetotalmente dependente das importações, aparentemente para atender aos interesses daArgentina no âmbito do Mercosul. O senador também destacou a queda na produção demilho, que somente no Paraná atingirá um milhão de toneladas.
18/01/1999
Agência Senado
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