José Agripino alerta: país onde classe média encolhe e IDH estaciona 'não está bem'
O senador José Agripino (RN), líder do Democratas, considerou preocupantes as notícias de que a classe média brasileira encolheu no ano passado e que o Brasil não saiu de lugar no ranking mundial do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Para ele, os números são "uma ducha de água fria" logo após a euforia provocada pela escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016.
- Fiquei orgulhoso com a escolha do Rio. Mas acordamos hoje com números que preocupam. A imprensa está noticiando que a classe média encolheu no ano passado, exatamente quando o Brasil teve seu maior crescimento econômico, que chegou a 5,1 por cento. E o PNUD nos informa que continuamos sendo a nação número 75 em Índice de Desenvolvimento Humano, que mede expectativa de vida, a educação e a renda de uma população. Os dados são um alerta. A verdade é que o país não está bem - afirmou, lembrando que 1995, o Brasil estava no 63º lugar em IDH.
José Agripino afirmou que os números nas áreas de saúde e de educação "são vergonhosos para um país que vai sediar uma Olimpíada" e devem levar a uma reflexão, especialmente pela constatação de que o Brasil, em termos de saúde, está em 81º lugar entre as nações do mundo. Ele criticou o governo por trabalhar contra a aprovação da regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 , que obrigará a União a gastar 10% de suas receitas com saúde - o projeto está na Câmara dos Deputados.
- Por que o governo não quer aprovar essa aplicação de 10 por cento em saúde, se o Brasil está tão ruim nessa área? - questionou.
O senador informou ainda que seu partido apoiará a aprovação do projeto que retira a educação do cálculo da Desvinculação de Receitas da União ( DRU ). A DRU retém 20% das verbas destinadas à educação e à saúde.
Conforme o senador, os números que mostram o encolhimento da classe média revelam que a única classe de trabalhadores que cresceu no ano passado foi a daqueles que ganham até R$ 635 por mês. José Agripino observou que os dados mostram crescimento apenas da classe que tem baixa qualificação.
- Como se faz para inverter isso? Ora, investindo maciçamente na educação - recomendou.
Em aparte, o senador Antonio Carlos Junior (DEM-BA) observou que, se o IDH melhora com saúde, educação e renda, o governo deve investir em educação e saúde, "pois isso está ao seu alcance". Quanto à renda, ponderou, esta depende do crescimento do país.
06/10/2009
Agência Senado
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