JOSÉ ALVES DENUNCIA AGRAVAMENTO DA SECA NO NORDESTE
"Morrer de sede ou de fome às portas do século XXI é algo inaceitável", afirmou hoje (dia 17) o senador José Alves (PFL-SE), denunciando que o governo federal já tinha conhecimento, desde o ano passado, da grande estiagem que o Nordeste está vivendo nos dias de hoje, através de estudos realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) .
Mesmo assim, enfatizou o senador, as obras hídricas previstas em 1997, para o corrente exercício, estão com atraso na liberação dos recursos, a exemplo de anos anteriores, o que implica atraso na execução.
- A seca está apenas começando. A partir de julho, teremos mais dificuldades, especialmente nos 1200 municípios atingidos. Hoje, é a solidariedade de pessoas e de organizações de caráter humanitário que mais está contribuindo para amenizar as carências imediatas - disse o senador.
Para José Alves, o Nordeste pode muito bem conviver com a seca, desde que obras fundamentais sejam realizadas. "A região é rica em águas subterrâneas, seu solo é fértil, viável à irrigação. Mas, durante o atual governo, somente 30% dos recursos previstos para irrigação foram liberados, o que é lamentável, pois esses investimentos implicam obras de canalização, preservação e desenvolvimento de recursos hídricos fundamentais para a região."
O senador por Sergipe afirmou que a definição de prioridades governamentais é uma questão de sensibilidade. "Desde o Plano Real, em julho de 1994, o endividamento do setor público cresceu de forma assustadora, passando de R$ 59,5 bilhões naquela época para R$ 287,6 bilhões em março passado. Entretanto, não se conseguiu um único bilhão para projetos de grande envergadura e benefícios para o Nordeste", concluiu.
17/06/1998
Agência Senado
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