José Gomes diz que política de segurança deve considerar aspectos sociais



A administração estadual está enfrentando de forma correta e eficiente as questões centrais da área segurança. A opinião é do deputado José Gomes (PT), que ocupou a tribuna da Assembléia, durante o grande expediente desta quarta-feira (30/5). Destacando que o Governo estadual encara a segurança como um serviço e não como um poder, o parlamentar observou que é necessário estabelecer as diferenças entre políticas de segurança pública, que se referem às atividades tipicamente policiais, e políticas públicas de segurança, que englobam as diversas ações governamentais e não-governamentais que incidem nos problemas da criminalidade e da violência. “São ações que devem ser desenvolvidas de forma integrada”, defendeu o petista. O deputado também entende que a idéia de que um serviço de segurança eficaz está diretamente ligado ao número de policiais por metro quadrado é equivocada. “A mídia, inclusive com propagandas na TV, sustenta a idéia de que se deve ter um policial em cada esquina. Este é quase um senso comum. Só que este ponto de vista evita a discussão dos fatores sociais e econômicos vinculados ao aspecto da violência. Ou seja, o desemprego, a concentração de renda, a falta de habitação, as dificuldades de acesso a saúde, passam como assuntos não ligados a violência”, frisou Gomes. O parlamentar apresentou levantamentos que comprovam que não é exclusivamente o número de policiais que determina o grau de violência da sociedade. “Três dos estados mais violentos do País têm praticamente o mesmo contingente de policiais por 100 mil habitantes que os três onde ocorrem menos assassinatos. “O Rio Grande do Sul registra 15 mortos por 100 mil habitantes, enquanto nos estados mais violentos a média chega a 55 assassinatos”, explica Gomes. Ele revelou ainda que, no Estado, há 1 agente de segurança para cada 197 gaúchos. E lembrou que segurança também é cuidar da recuperação dos infratores e garantir uma polícia mais democratizada e humanizada. “A polícia deve atuar como mediadora dos conflitos e a protetora dos direitos”, defende.

05/30/2001


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