José Ramos Horta agradece a Sarney apoio ao Timor Leste
O jornalista José Ramos Horta, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Timor Leste, além de Prêmio Nobel da Paz de 1996, visitou nesta terça-feira (17) o presidente do Senado, José Sarney, a quem fez um relato sobre a situação do seu país e registrou a gratidão do povo timorense pelo apoio do político brasileiro à libertação daquele país.
- Vim registrar nossa gratidão ao presidente Sarney, que foi uma das primeiras figuras mundiais a defender a causa do Timor Leste, quando era presidente da República, num discurso feito na Assembléia Geral da ONU, em 1985. Quero bem a Sarney como presidente do Brasil ou do Senado. O Brasil foi sempre grande amigo de nossa causa - disse o ministro.
Ramos Horta comunicou a Sarney que a situação do seu país está tranqüila e que o povo timorense está dando "passos lentos, mas seguros, na consolidação da paz e da democracia". Ele afirmou que ainda existem problemas em todos os setores e que o país continua a precisar do apoio do Brasil na formação de quadros na área de educação, saúde e cultura.
Ele também disse que o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Anan, recomendou que seja mantida a presença da instituição naquele país, inclusive com policiais e militares. E Ramos Horta expressou o desejo de que o Brasil continue a dar sua contribuição mantendo forças policiais e de paz. Sarney celebrou a consolidação da democracia no Timor Leste e dispôs-se a apoiar o povo timorense naquilo que for da competência do Legislativo brasileiro.
Aos jornalistas, Ramos Horta disse que não é possível, a curto prazo, pensar-se no estreitamento do comércio entre o Brasil e o Timor Leste, em razão da distância e da escassez de recursos para aquele país exportar. Mas reconheceu que, a longo prazo, o petróleo pode estreitar os laços econômicos entre os dois países.
- A Petrobras tem a maior experiência do mundo em prospecção de petróleo em águas profundas. E o petróleo do mar do Timor é de águas profundas. Já houve alguns contatos informais nessa área. O primeiro-ministro do meu país, que é quem gerencia o setor de petróleo, está muito empenhado em interessar a Petrobras na exploração de petróleo do mar de Timor.
17/02/2004
Agência Senado
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