JÚLIO PEDE MAIS ATENÇÃO PARA INDÚSTRIA ELETROELETRÔNICA
O senador Júlio Campos (PFL-MT) pediu ao governo que dê atenção especial à indústria eletroeletrônica nacional, adotando medidas para atrair a instalação de empresas internacionais detentoras de tecnologia na área. Ele afirmou que muitos dos componentes utilizados em produtos eletrônicos brasileiros não são fabricados no país, provocando, conseqüentemente o déficit comercial dessa industria, que, em 96, chegou a US$ 8 bilhões.
- Sem uma indústria local que produza uma lista de componentes em volumes suficientes para atender ao mercado interno e assegurar divisas de exportação, não será possível manter indústrias competitivas - disse.
Acredita o senador que, em um setor como o eletroeletrônico, que já é o maior gerador de riqueza na economia mundial, movimentando cerca de US$ 3 trilhões, uma participação de menos de 1%, como a brasileira, é irrelevante. Ele acredita que o país dispõe de condições favoráveis para estimular a instalação de grande fabricantes mundiais: demanda interna importante, indústria montadora capacitada e parque científico de qualidade.
Júlio Campos citou dados do Fórum Abinee Tec'97, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, demonstrando que o setor tem um faturamento anual de 34 bilhões de dólares e gera mais de 165 mil postos de trabalho. Júlio Campos acrescentou que o consumo de produtos eletroeletrônicos deve duplicar num espaço de 25 anos, passando dos atuais 5% para níveis superiores a 10% do nosso Produto Interno Bruto.
A importância do setor evidenciada por esses dados, segundo o senador, não tem sido suficiente para o governo adotar medidas que evitem a transformação dessa indústria em "uma mera linha de montagem, com forte perda de valor agregado".
25/09/1997
Agência Senado
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